Apesar de o governo do Espírito Santo ter anunciado na última sexta-feira (10) que entrou em acordo com associações que representam os policiais militares do Estado, as mulheres e mães dos agentes ainda estão acampadas em frente aos batalhões da corporação, impedindo a saída de viaturas. Elas asseguram que não irão recuar e que continuarão o protesto reivindicando melhores salários.

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Governo está identificando por meio de imagens as mulheres e os parentes que estão participando das manifestações
Reprodução/Twitter
Governo está identificando por meio de imagens as mulheres e os parentes que estão participando das manifestações

Por volta de 8h, policiais foram ao quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Espírito Santo para tentar conversar as mulheres para que deixassem o local e liberassem a saída das viaturas. Eles argumentaram que teriam que assumir seus postos de trabalho e que seriam punidos se não o fizessem.

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Pouco depois, um grupo de policiais que estava na rampa de acesso ao batalhão e esperavam para sair voltaram ao Comando-Geral. Foram aplaudidos pelas manifestantes e recebidos com gritos de “guerreiros”. As guarnições do BME (Batalhão de Missões Especiais), elite da polícia  do Estado, também permanecem dentro do quartel.

Após a assinatura de acordo com as associações que representam os policiais, o governo determinou que a retomada das atividades ocorresse hoje e que aqueles que não cumprissem a decisão iriam receber punições administrativas.

Reajuste salarial

A negociação entre as associações e o governo não contou com a participação das mulheres dos policiais. O acordo firmado na sexta-feira não prevê reajuste salarial. A proposta apresentada pelas mulheres reivindicava 20% de aumento imediato e 23% escalonado.

Mãe de um policial militar de 41 anos e que está há 19 na corporação, a aposentada Carmen Pesse, 57 anos garantiu que as mulheres irão continuar na luta por melhores salários para. “As entidades de classe não estavam na organização. É um movimento de mulheres e familiares. O governador não poderia chamar as entidades para negociar sem a nossa presença.”

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“Se essas entidades realmente estivessem lutando por seus associados não precisava os familiares estarem entrando nessa luta. Quando, nós mulheres, decidimos vir para essa luta, a gente sabia que ia enfrentar muita coisa. Estamos preparadas”, acrescentou.

Segundo o secretário de Direitos Humanos do Espírito Santo, Júlio Pompeu, os policiais não sofrerão sanções administrativas caso voltem ao trabalho. Entretanto, o indiciamento de 703 agentes pelo crime militar de revolta não será suspenso. Se condenados, a pena é de oito a 20 anos de detenção em presídio militar e a expulsão da corporação. Eles tiveram o ponto cortado desde sábado (4) e não vão receber salário.


* Com informações da Agência Brasil

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