O destino dos rejeitos de mineração deixados pela tragédia na cidade de Mariana, em Minas Gerais, deve ser definido no mês de março. O plano de manejo para nove milhões de metros cúbicos de resíduos, que começou a ser discutido na quarta-feira (25), será entregue à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais em 45 dias.
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As discussões foram iniciadas em um seminário com representantes de órgão ambientais, pesquisadores e empresas de consultoria. A Fundação Renova, fundada pela Samarco para administrar medidas de reparação dos danos causados pelo desastre em Mariana , foi a responsável pelo evento. Nas próximas semanas, novos encontros vão acontecer.
A Secretária do Meio Ambiente determinará o que será feito com o rejeito espalhado pelo acidente. Mais de uma solução será definida e nem toda a lama será retirada. Diferentes medidas serão adotadas levando em consideração as diferentes características das áreas que foram afetadas.
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A Samarco, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos estaduais de Minas Gerais e Espírito Santo assinaram acordo determinando que as empresas deverão recuperar toda a região afetada, incluindo o manejo dos rejeitos. Por mais que o acordo ainda não tenha validade judicial, os signatários estão seguindo o combinado.
No total, 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram espalhados pela tragédia, de acordo com a Fundação Renova. Destes 39, pelo menos 20 milhões estão no trecho que vai até a Usina de Candonga, em Santa Cruz do Escalvado (MG). A Fundação se comprometeu a retirar 11 milhões de metros cúbicos de lama.
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Em Barra Longa, foram retirados 170 mil metros cúbicos e uma dragagem na Usina de Candonga já está em curso. Aproximadamente 500 mil metros cúbicos já foram retirados, mas a meta é chegar aos dez milhões. Deve ter início nos próximos meses a operação em Bento Rodrigues, de onde serão retirados aproximadamente um milhão de metros cúbicos de lama. O processo deve levar alguns anos, sem previsão de conclusão.
Como já existe o compromisso com 11 milhões de metros cúbicos, o plano que será apresentado em 45 dias deverá definir o que será feito com os outros nove milhões depositados pelo desastre de Mariana entre a Barragem de Fundão a Usina de Candonga. Também deverá ser estabelecida uma solução para os rejeitos que escoaram até o litoral do Espírito Santo.
*Com informações de Agência Brasil