Marconny Faria possui proximidade com Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente da República
Reprodução/Agência Senado
Marconny Faria possui proximidade com Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente da República

A CPI da Covid deve ouvir nesta quarta-feira (15) o lobista Marconny Faria por supostamente atuar no Ministério da Saúde em prol dos interesses da Precisa Medicamentos , empresa investigada no colegiado pela venda da vacina indiana Covaxin ao governo brasileiro. Marconny ganhou na comissão o apelido de “senhor de todos os lobbies”, cunhado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Durante o início da sessão na comissão parlamentar de inquérito, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) questionou o depoente sobre sua possível proximidade com um senador da República. Marconny, por sua vez, disse que não se lembrava do nome deste parlamentar.


Alessandro Vieira (Cidadania-SE), na sequência, indagou Marconny sobre sua relação com Jair Renan Bolsonaro, o filho mais novo do presidente da República. Após a intervenção do parlamentar, revelou-se que o lobista realizou uma festa de aniversário no camarote de Jair Renan no estádio Mané Garrincha, em Brasília.


Marcony repetiu sucessivas vezes que não se lembrava de muitas informações solicitadas pelos membros da comissão. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), então, ressaltou que, caso algum senador tenha se envolvido com o depoente para 'desatar um nó' nos contratos do lobista, também terá cometido crimes previstos na lei.


No momento seguinte, o senador Randolfe Rodrigues explicou sobre a "arquitetura ideal" para que processos liciatórios fossem burlados. Marconny teria conhecimento e envolvimento neste metodologia.


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Os diálogos também revelaram que, a pedido do lobista, Ana Cristina acionou o Palácio do Planalto para influenciar na escolha do defensor público da União, em 2020, junto ao então ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, atual membro do Tribunal de Contas da União (TCU). As mensagens também indicam que, em outra ocasião, Ana Cristina atuou para emplacar uma indicação do advogado em um instituto ligado ao Ministério da Saúde.

Além de familiares do presidente da República, o lobista também mantinha contato com Karina Kufa, advogada do presidente Jair Bolsonaro, e também recorreu a ela para o processo de escolha da Defensoria Pública. Conversas no celular de Marconny mostram que Karina Kufa acionou o Gabinete de Segurança de Institucional (GSI) para influenciar no processo e evitar que um dos candidatos fosse nomeado pelo presidente.

Bacharel em Direito, Marconny apresenta-se como advogado, mas o Cadastro Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem apenas um registro de seu nome, já cancelado, como estagiário.


No início da semana, a Justiça Federal de Brasília autorizou, se necessário, a condução coercitiva de Marconny. Isso significa le poderá ser levado à força se não comparecer espontaneamente. O lobista faltou ao seu primeiro depoimento, que estava marcado para 2 de setembro. Na ocasião, ele apresentou um atestado médico, que foi contestado pela cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito.

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