Moradores de um prédio atacado por mísseis na cidade ucraniana de Dnipro retiram seus pertences em 19 de abril de 2024
AFP
Moradores de um prédio atacado por mísseis na cidade ucraniana de Dnipro retiram seus pertences em 19 de abril de 2024

presidente Volodymyr Zelensky pediu, nesta sexta-feira (19), à Otan que entregue armas à Ucrânia para resistir à ofensiva militar russa e a Aliança transatlântica atendeu seu pedido em parte ao decidir enviar mais sistemas de defesa antiaérea à ex-república soviética.

presidente ucraniano discursou à Otan por videoconferência, às vésperas de uma votação-chave no Congresso americano sobre uma ajuda de 61 bilhões de dólares (R$ 321 bilhões na cotação atual) que Kiev aguarda há vários meses.

O presidente russo, Vladimir Putin, "deve descer à terra e os nossos céus devem estar seguros novamente", disse Zelensky naquela reunião, de acordo com o seu gabinete.

"Isso depende inteiramente da sua decisão (…) A decisão de se somos verdadeiramente aliados", continuou. O presidente da Ucrânia solicitou, entre outros, sete sistemas antiaéreos Patriot adicionais para conter a ofensiva russa que avançou nas últimas semanas, após mais de dois anos de guerra.

O secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, anunciou um acordo para entregar a Kiev mais equipamentos de defesa antiaéreos, sem definir prazos.

Os ministros das Relações Exteriores do G7 das principais potências ocidentais, reunidos na ilha italiana de Capri, também se comprometeram a "reforçar os meios de defesa aérea da Ucrânia".

Céus que "merecem a mesma segurança"

A Ucrânia pede desesperadamente um aumento da ajuda em equipamento militar e afirma que está ficando sem capacidade operacional em defesa antiaérea.

Zelensky lamentou na quarta-feira que os países ocidentais não ofereçam à Ucrânia o mesmo nível de defesa antiaérea que operou no sábado para ajudar a neutralizar um ataque iraniano de drones e mísseis contra Israel.

A maior parte dos projéteis iranianos foi interceptada pelos aliados de Israel, que também fazem parte da Otan, como os Estados Unidos ou o Reino Unido.

"Na Ucrânia, infelizmente, não temos o mesmo nível de defesa que vimos no Oriente Médio há alguns dias (…). Os céus da Ucrânia e os céus dos nossos vizinhos merecem a mesma segurança", disse o presidente ucraniano em uma mensagem vídeo dirigida a uma cúpula de líderes da UE em Bruxelas.

Ataque em Dnipro

Ao menos oito pessoas, incluindo duas crianças, morreram e 34 ficaram feridas na madrugada desta sexta-feira em bombardeios russos no centro-leste da Ucrânia,  informaram os serviços de emergência. Um balanço anterior, revisado para baixo, reportava oito mortos.

Os bombardeios alcançaram prédios residenciais na cidade de Dnipro e na localidade próxima de Synelnykove.

"Há operações de resgate em andamento para encontrar pessoas que poderiam estar sob os escombros", disseram os serviços de emergência ucranianos na quinta-feira.

A companhia ferroviária estatal ucraniana denunciou "bombardeios maciços" contra suas infraestruturas em Dnipro e na região próxima e informou a morte de um funcionário.

Perto da linha de frente na região de Donetsk (leste), uma pessoa morreu e outra ficou ferida em um bombardeio, anunciou o governador.

Zelensky reconheceu perante a Otan as "limitações" de seu Exército, que se defende "valentemente" das tropas rusas, mais numerosas.

Nesta sexta-feira, visitou suas tropas na bacia do Donbass, no leste do país, onde o Exército russo redobrou sua pressão nesses últimos meses.

O presidente disse ter inspecionado "a construção de fortificações", uma das atuais prioridades para frear as tropas de Moscou.

Bombardeiro russo derrubado

O comandante das forças aéreas ucranianas, Mikola Oleshchuk, afirmou que suas frotas conseguiram, pela primeira vez desde o início da invasão em fevereiro de 2022, derrubar um bombardeiro russo estratégico de longo alcance Tu-22M3, "portador de mísseis de cruzeiro X-22".

A Ucrânia já havia reivindicado a destruição de um aparelho deste tipo em agosto, mas se encontrava em terra e não em voo.

O serviço de inteligência militar ucraniano, o GUR, disse que neste caso foi um avião que participou nos bombardeios noturnos desta sexta-feira e que foi "abatido em uma operação especial".

O GUR garantiu que o aparelho caiu na região de Stavropol, no sul da Rússia.

O Ministério da Defesa russo até agora absteve-se de qualquer comentário sobre o assunto.

No entanto, uma fonte militar disse à agência estatal russa TASS que um bombardeiro supersônico Tupolev-22M3 "caiu na área de Stavropol após uma missão de combate, enquanto retornava à sua base".

Segundo a mesma fonte, o aparelho não trazia armas a bordo.

O governador da região de Stavropol, Vladimir Vladimirov, indicou no Telegram que um Tupolev-22M3 caiu na área devido a um incidente "técnico" e que pelo menos um tripulante morreu.

Dois outros membros da tripulação foram encontrados vivos e os serviços de resgate estão procurando um quarto membro, disse ele.

Stravropol é uma área localizada a leste da península da Crimeia, anexada unilateralmente pela Rússia em 2014 e palco de inúmeros ataques ucranianos desde o início da guerra.

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