
Além da brasileira Juliana Marins, morta na Indonésia, milhares de turistas visitam anualmente vulcões espalhados pelo planeta.
O Portal iG foi entender os riscos destas expedições que atraem turistas em vários países como Japão, Estados Unidos e Europa em riscos permanentes em áreas densamente povoadas. Os vulcões seguem despertando fascínio, aventura e tragédias.
O planeta tem cerca de 1.350 vulcões potencialmente ativos.
Desde o ano 1600, as erupções causaram mais de 278 mil mortes, segundo um levantamento da BBC. A Indonésia lidera o ranking global de vítimas, com mais de 170 mil mortes nos últimos 120 anos.
Os países com maior número de vulcões ativos são, além da Indonésia, Japão, EUA, Rússia e Chile.
Tragédia na Indonésia: brasileira morre no Monte Rinjani
No último dia 21 de junho, a turista brasileira Juliana Marins, de 26 anos, caiu cerca de 600 metros durante a descida do Monte Rinjani, em Lombok. Ela ficou presa por dias em uma fenda da cratera.
Seu corpo foi encontrado, nesta terça (24) após operações de resgate dificultadas pelo terreno e pela visibilidade reduzida, além de desencontros em informações com o governo local.
Apesar de não haver erupção, o episódio evidenciou o alto risco de acidentes em áreas vulcânicas ativas e montanhosas.
Outros vulcões indonésios foram ainda mais letais:
- Monte Semeru (2021): 69 mortos, mais de 10 mil desalojados.
- Monte Marapi (2023): 24 mortos durante erupção súbita.
A Indonésia possui mais de 120 vulcões ativos, com dezenas em regiões urbanas.
Japão: turismo em alta e erupções inesperadas
- Monte Fuji
- Última erupção: 1707
- Visitantes por ano: +300 mil
- Risco atual: moderado, mas área densa (25 milhões vivem ao redor)
- Sakurajima
- Um dos vulcões mais ativos do mundo, com cinzas diárias em Kagoshima
- Risco alto: possibilidade de evacuações constantes
- Monte Ontake
- Erupção freática em 2014 matou 63 turistas.
- Considerada a pior tragédia vulcânica do Japão moderno
EUA: tecnologia contra a força da natureza
- Mauna Loa (Havaí)
- Última erupção: 2022
- Maior vulcão do mundo em volume
- Visitado via Parque Nacional dos Vulcões (1,5 milhão de turistas/ano)
- Perigo alto, mas monitoramento avançado
- Mount St. Helens (Washington)
- Erupção em 1980 matou 57 pessoas
- Hoje, área controlada com centros educativos
- Risco moderado
- Mount Rainier
- Adormecido, mas preocupa: pode gerar lahares (fluxos de lama) perigosos para Seattle e Tacoma
- Grau de perigo: alto
Europa: beleza histórica e ameaça constante
- Vesúvio
- Famoso pela destruição de Pompéia (79 d.C.)
- Mais de 3 milhões de pessoas vivem em sua zona de risco
- Visitantes/ano: cerca de 500 mil
- Grau de perigo: extremo
- Etna (Sicília)
- Erupções frequentes e controladas
- Visitado com teleférico, trilhas e tours 4x4
- Grau de perigo: alto
- Eyjafjallajökull (Islândia)
- Erupção em 2010 cancelou mais de 100 mil voos na Europa
- Grau de perigo: moderado (mais impacto econômico do que humano)
O turismo em vulcões continua em crescimento, mas o risco é real — principalmente onde falta infraestrutura ou monitoramento. A morte da brasileira Juliana Marins na Indonésia expôs os perigos que vão além da lava: encostas íngremes, mudanças climáticas repentinas e trilhas não reguladas.
Mesmo regiões como Japão, EUA e Itália, consideradas mais seguras, convivem com o risco de erupções próximas a grandes centros urbanos. Para turistas, a regra é clara: pesquisar, planejar e nunca subestimar a natureza.