Um homem de 32 anos morreu na noite da última segunda-feira (2) após invadir as dependências da Escola Abelhinha Feliz, instituição de ensino particular localizada em Juiz de Fora (MG), conforme apurado pela analista de Social Media do Portal iG , Ana Júlia Bellini.
O episódio causou forte comoção entre familiares, funcionários e a comunidade local. Segundo a Polícia Civil, os levantamentos iniciais indicam que não houve prática de crime, mas o caso será investigado pela 5ª Delegacia da cidade.
De acordo com a direção da escola, o homem entrou nas instalações em aparente surto psicótico, possivelmente sob efeito de substâncias psicoativas. Na tentativa de conter o invasor e proteger alunos e funcionários, quatro pais que estavam no local intervieram fisicamente.
Após ser imobilizado, o homem se sentou, apresentou sinais de mal-estar e, minutos depois, perdeu a consciência. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram acionadas. Apesar do socorro prestado no local, ele não sobreviveu.
O corpo foi encaminhado ao Posto Médico Legal, onde passará por exames necroscópicos que deverão determinar a causa exata da morte . Em nota, a Polícia Civil informou que o perito responsável pela ocorrência não identificou sinais evidentes de agressão ou violência, mas que as investigações seguem em andamento para esclarecer todas as circunstâncias do caso.
Percepção de risco e necessidade de ação proporcional
Em entrevista ao Portal iG , o professor Paulo Fraga, coordenador do Núcleo de Estudos em Políticas de Drogas, Violência e Direitos Humanos (NEVIDH) da UFJF , comentou que a reação imediata dos pais demonstra uma percepção real de ameaça.
“Quando alguém em surto entra em uma escola com crianças, o instinto é agir para evitar o pior. Mas mesmo em situações extremas, a contenção deve respeitar limites legais e priorizar a integridade física da pessoa”, afirmou o especialista.
Fraga também destacou a necessidade de investimentos em saúde mental e no atendimento a pessoas em situação de dependência química .
“A rede de atendimento, como os CAPS-AD, ainda é insuficiente para a demanda atual. É fundamental ampliar não apenas o acesso aos serviços, mas também ações educativas e preventivas dentro das escolas, com profissionais capacitados”, disse.
Luto e nota de pesar
Em comunicado oficial, a Escola Abelhinha Feliz - instituição com mais de quatro décadas dedicadas à educação infantil (3 a 14 anos) - manifestou profundo pesar pelo ocorrido através de notas afixadas em suas dependências e publicadas em redes sociais. A direção destacou total cooperação com as investigações e reafirmou seu compromisso histórico com a proteção integral de alunos, famílias e equipe pedagógica.
O Centro Educacional Professor Sant’Anna, ao qual a escola é vinculada, também decretou luto oficial de um dia e ofereceu apoio psicológico aos alunos e profissionais presentes no momento do incidente.
A analista de Social Media do Portal iG, Ana Júlia Bellini, esteve na escola. Confira o vídeo: