
No último domingo (23), um bicho-preguiça foi avistado cruzando o anel viário da UFJF, em Juiz de Fora, rumo a um pequeno fragmento de mata localizado às margens do lago do campus.
Durante sua travessia, pedestres atuaram rapidamente, escoltando o animal e alertando motoristas sobre sua presença na pista, garantindo que ele chegasse ao seu destino com segurança.
A mobilização do público, além de mostrar solidariedade, ressalta uma questão ambiental urgente.
Segundo o Tribuna de Minas, Breno Moreira, diretor do Jardim Botânico da UFJF, ressalta que o crescente número de avistamentos de animais silvestres em áreas urbanas evidência tanto a fragmentação dos habitats naturais quanto a falta de corredores ecológicos essenciais para sua mobilidade e preservação, o que força esses animais a “se aventurarem” em zonas urbanas em busca de alimento, segurança e locais para reprodução.
O crescimento da expansão urbana e agrícola expõe esses bichos a riscos como atropelamentos e outras ameaças, evidenciando a necessidade de medidas de preservação.
Breno Moreira ressaltou que já foram reintroduzidos mais de 20 indivíduos dessa espécie nas matas da região, demonstrando o sucesso e a importância dessa intervenção.

O que fazer ao encontrar um bicho-preguiça?
Encontrar um bicho-preguiça pode ser uma experiência única, no entanto, é essencial agir com respeito e cautela quando se depara com esses animais. Diante de situações como essa, é fundamental acionar os órgãos responsáveis para garantir o recolhimento seguro dos animais.
Normalmente, o animal é encaminhado ao CETAS, onde passa por uma avaliação veterinária para garantir que esteja apto a retornar ao seu habitat natural de forma saudável. Dicas gerais incluem:
Manter a distância: Lembre-se de que se trata de um animal selvagem. Mesmo que sua aparência calmante convide à aproximação, é importante não invadir seu espaço.
Evitar perturbá-lo: Não tente acariciar, segurar ou manipulá-lo. O contato humano pode causar estresse e prejudicar a saúde do animal.
Fotografar com cuidado: Se quiser registrar o momento, use a câmera ou o celular de maneira discreta, sem usar flash intenso ou movimentos bruscos. Isso ajuda a preservar o comportamento natural da preguiça.
Contatar as autoridades: Se o animal parece desorientado, machucado ou preso em uma situação de perigo (por exemplo, em vias de tráfego intenso), é recomendável contatar organizações ambientais, o órgão responsável pela fauna localou demais autoridades que poderão o orientar, como: Bombeiros: 193; Guarda Municipal: 153; Polícia do Meio Ambiente: 190 ou 181.
Conheça mais sobre o bicho-preguiça
Os bichos-preguiça são mamíferos arborícolas, conhecidos por seus movimentos extremamente lentos e por passarem a maior parte da vida nas copas das árvores.
Esses animais desenvolveram adaptações especiais para viver nas árvores. Seu metabolismo lento e a pelagem que muitas vezes abriga algas contribuem para uma excelente camuflagem, ajudando-os a se esconder de predadores.
São animais nativos em regiões de florestas tropicais e subtropicais da América Central e do Sul, em países como Brasil, Colômbia, Venezuela, Panamá, Nicarágua e outros. No Brasil, por exemplo, a exuberância do bioma Amazônico e da Mata Atlântica oferece o ambiente ideal para sua sobrevivência.
Por viverem nas alturas, seus dedos possuem garras curvas que facilitam a sua locomoção entre os galhos, e sua pelagem pode abrigar organismos simbióticos, como algas e pequenos insetos. Essa associação não apenas fornece uma camuflagem natural, mas também pode servir de alimento para algumas espécies menores.
O ritmo lento é parte da estratégia de sobrevivência. Com um metabolismo reduzido, as preguiças conseguem economizar energia, o que é vital considerando a baixa caloria disponível em sua dieta predominantemente herbívora.
Ao dispersar sementes e manter a biodiversidade das copas das árvores, as preguiças desempenham um importante papel na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas tropicais.