*Por José Ricardo Marques
Em 2020, o mundo foi surpreendido por um vírus que se dissimulou rapidamente. Vivemos o auge de uma pandemia denominado COVID-19, que fez literalmente o mundo parar.
A doença respiratória matou, no Brasil, mais de 700 mil pessoas
com aproximadamente 40 milhões de brasileiros infectados.
A economia em geral sofreu grandes prejuízos e tivemos que aprender a desaprender.
Após quatro anos e com a OMS decretando o fim do Estado de Emergência (importante esclarecer que continuamos em pandemia), voltamos às rotinas e cotidiano.
A impressão é que nossa memória apagou um período dramático e as boas lições oriundas do momento apocalíptico se esvaiu.
Importante trazer à tona o evento catastrófico que vem enfrentando o Rio Grande do Sul,
ocasionado pelo impacto climático. A reconstrução do Estado em centenas de municípios levará tempo e muitos recursos.
A fase que o Rio Grande do Sul passará a enfrentar será de doenças ocasionadas por agentes patogênicos, vetores e pragas. Pessoas confinadas serão atingidas por doenças respiratórias, como a influenza e COVID.
A leptospirose já mata e atinge o sistema de saúde, preocupando a população. As doenças provocadas por microrganismos e o desafio que todos devemos estar atentos.
São agentes invisíveis presentes em todos os espaços e ambientes e que merecem ser tratadas de forma preventiva e eficaz.
A segurança sanitária é um dos temas mais relevantes e deveria ser discutida como política pública essencial, afinal, estratégias de contenção e prevenção é sempre mais econômico.
Bill Gates, um dos precursores em relação ao risco de uma pandemia causada por vírus, lançou recentemente novo trabalho com o título: “Como se preparar para as próximas pandemias”,
alertando que este é o século das pandemias.
Entre tantas possíveis medidas, a biossegurança deve ser observada, principalmente em locais de alto risco e acesso comum e coletivo.
Os portos e aeroportos são os principais meios de transporte, transmissão e contágio de patógenos que podem ser letais.
Alguém infectado com um vírus pode levá-lo, em algumas horas, para regiões e territórios e, como consequência, a transmissão de doenças graves.
Com a decisão das saidinhas, o já conturbado e lotado sistema prisional é exemplo deste cenário. 67% das mortes no sistema prisional é por doenças tratáveis e transmissíveis.
A limpeza e higiene com métodos de desinfecção deveria ser adotado de forma mais adequada em todos os ambientes, preferencialmente atendendo requisitos técnicos e normativos.
O médico baiano do século IX, que será pauta de documentário, Dr. Juliano Moreira, tenha como tese que “sem acesso à educação e higiene, há demência”.
O clima, segundo estudos científicos, aumentará significativamente nos próximos anos, e uma das consequências será o surgimento de novos microrganismos e vetores que se tornarão vilões da humanidade.
Guerras no futuro usarão inovações biológicas para exterminar populações. Filmes de ficção já preveem um cenário com o uso de armas químicas e bacteriológicas. Talvez esta seja a nova fronteira e desafio da humanidade.
Que possamos refletir e elaborar políticas públicas eficientes, pois os riscos estão em todo lugar, sem ser visto e com graves consequências, estas sim, à vista.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG