A implementação de câmeras com reconhecimento facial na rotina da Polícia Militar do Rio já é vista como um passo irreversível pelo secretário da força, o coronel Luiz Henrique Marinho Pires. O sistema cruza imagens de câmeras em tempo real com cem mil fotos de foragidos da Justiça, podendo agregar até 150 câmeras por todo o estado.
A PM pode adicionar ou retirar equipamentos conforme o monitoramento necessário. Para o carnaval, câmeras estão sendo usadas em diferentes áreas, como o entorno do Sambódromo, na SuperVia, em estações do metrô e na orla carioca, de Leme a Barra de Guaratiba, e em Cabo Frio.
Durante o carnaval, serão utilizadas 49 câmeras da PM e 77 de participantes do serviço 190 integrado, totalizando 126 equipamentos. O sistema possui cerca de 20 mil câmeras cadastradas em todo o estado, mas nem todas podem ser incluídas devido à necessidade de zoom e qualidade da imagem.
As câmeras podem verificar mais de 60 faces por segundo em estradas, ruas e estações de trem e metrô. Quando há uma correspondência com um foragido, um alerta é emitido com uma sirene no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro.
O sistema teve seu primeiro grande teste no réveillon de Copacabana e já está mostrando resultados no carnaval. Dois homens com mandados de prisão foram capturados por reconhecimento facial. Um deles era procurado por dever pensão alimentícia no Centro, enquanto outro suspeito de roubo em Ipanema foi detido após o alerta do CICC.
Após o alerta, a identificação do suspeito passa por três filtros: avaliação humana, confirmação de dados e checagem em outros sistemas da Polícia Civil antes de qualquer procedimento de prisão.
O banco de dados é essencial para o aprimoramento da ferramenta. Em janeiro, duas pessoas foram presas indevidamente devido a mandados de prisão inválidos no sistema de foragidos. O acesso ao banco de dados é crucial para evitar erros.
Até o início do carnaval, o sistema identificou 27 pessoas, das quais 12 ficaram presas.