O premiê da Hungria, Viktor Orbán, bloqueou um pacote de 50 bilhões de euros em ajudas da União Europeia para a Ucrânia, durante reunião dos líderes do bloco em Bruxelas.
Na cúpula do Conselho Europeu, Orbán, governante na UE mais próximo ao regime de Vladimir Putin na Rússia, disse que só daria seu aval aos novos repasses a Kiev caso os fundos comunitários destinados à Hungria e bloqueados devido a denúncias de violações do Estado de Direito sejam liberados.
"Sempre disse que, se alguém quiser modificar o orçamento, então é uma grande oportunidade para a Hungria esclarecer que deve obter aquilo a que tem direito. Não metade ou um quarto", disse o premiê em entrevista a uma rádio húngara.
O veto ocorreu poucas horas depois de o mesmo Conselho Europeu ter decidido abrir negociações formais para a adesão da Ucrânia e da Moldávia à UE, mas, segundo o presidente do órgão, Charles Michel, o bloqueio levantado por Orbán não comprometerá a ajuda a Kiev.
"Temos instrumentos para garantir nossa confiabilidade, os ucranianos podem contar com nosso apoio", declarou o belga, ressaltando que 26 dos 27 Estados-membros já avalizaram o novo pacote de 50 bilhões de euros.
Tanto os repasses à Ucrânia quanto a revisão do orçamento plurianual até 2027 devem voltar a ser discutidos no início de 2024.
Após a notícia do bloqueio de Orbán, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, elogiou a Hungria por manter uma "postura suficientemente independente para defender seus interesses".