Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública
Valter Campanato/Agência Brasil
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse em entrevista ao jornal O GLOBO publicada neste domingo (23) que o governo deve ampliar a base com o "Centrão", pois hoje em dia o Congresso Nacional está mais forte por conta das emendas impositivas. 

Ele é um dos três integrantes do PSB no governo federal, mas afirma que seu partido não faz "toma-lá dá-cá", já que os cargos são de confiança, como o do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que foi governador de São Paulo.

Perguntado sobre a ampliação da base governista, Dino disse que se baseia na "ética do resultado". 

"O Congresso hoje é muito mais forte do que nos anos 1990, pelo instituto das emendas impositivas. Então, levando em conta essa realidade, eu lembro sempre Max Weber: é a ética do resultado."

O ministro disse ainda que está totalmente focado na sua pasta e que não discute a possibilidade de ser indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF) para a vaga da ministra Rosa Weber, que será feita ainda neste mandato do presidente Lula. 

"Eu não faço campanha. Não sou candidato e não reivindico. E, até este presente momento, o problema não existe. Porque eu acabei de sair de um despacho com o presidente da República e, no momento final, estavam só eu e ele e mais ninguém, e ele não tocou nesse assunto. Se ele não toca no assunto, eu também não toco. Estou muito feliz em ser ministro da Justiça, estou focado no trabalho. Eu sou senador até 2030, então não tenho agonia. Gosto muito do que eu faço", declarou Dino.

Ele disse que a promessa de dividir o ministério entre Justiça e Segurança Pública não ocorreu porque, segundo ele, a pasta está "funcionando" na configuração atual. 

"No meu tempo de trabalho, 12 horas ou 14 horas por dia, 80% são voltados à segurança pública e 20% são aos temas da Justiça. Porque é uma necessidade nacional, é uma orientação do presidente. E no caso do tema Justiça hoje, você tem o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que faz muita política de Justiça. Claro que a gente faz também. Acho que está funcionando (como está) porque há uma complementaridade. A resposta ao 8 de janeiro não teria sido tão rápida se fossem dois ministérios", afirma.

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