Adriano Zeferino de Vasconcelos, delegado regional de Camocim (CE)
Reprodução - 15.05.2023
Adriano Zeferino de Vasconcelos, delegado regional de Camocim (CE)

O delegado regional de Camocim (CE), Adriano Zeferino de Vasconcelos , afirmou que o inspetor Antônio Alves Dourado , suspeito de matar quatro colegas de trabalho no domingo (14), premeditou o crime antes de realizar o massacre .

Zeferino esta há pouco menos de três meses à frente da delegacia, mas afirma que, desde o início, já havia recebido ameaças veladas do suspeito que afirmava que iria matar colegas de trabalho. “Há quatro dias que eu estou andando de colete para cima e para baixo”, relatou à reportagem do jornal Metrópoles. 

“Não tem nada de surto. Ele preparou tudo para explodir a delegacia. Antes disso, pretendia matar alguns policiais asfixiados, e assim que amanhecesse, o alvo seria eu. O alvo principal, inclusive”, lamentou.

Segundo o delegado, Antônio Alves estava estranho nas últimas semanas e tentava criar problemas na delegacia de todas as formas. Ele diz que o agente chegou a se rebelar contra os colegas de trabalho que não estavam dispostos a prejudicá-lo como queria o assassino.

“Ele tentou de todas as formas me derrubar como delegado regional. Chegou a criar histórias tão absurdas e mirabolantes nas redes sociais, tudo para me denegrir e me atingir”, contou.

Ainda em choque, o delegado lamenta a morte dos companheiros.

“Ele não me matou, mas tirou a vida de policiais excepcionais, exemplares, pais de família, homens trabalhadores, do bem, alegres, que vão deixar saudades à toda comunidade da nossa região.”

Policial problemático

O delegado diz que o inspetor sempre se mostrou muito problemático e que já tinha histórico por isso em outras delegacias pelas quais passou. “Ele sempre queria atuar do jeito dele, e não é assim que funciona no serviço público. Não aceitava cumprir escalas pré-programadas. Simplesmente dizia: ‘Não vou fazer'”, relembra Zeferino, que já havia trabalhado o agente em outro município.

Abalado, o policial diz ainda não saber o que fazer após os assassinatos, mas que  “Agora é hora de confortar os familiares dos meus colegas de trabalho e manter viva e digna a memória de cada um deles que se foram”.

Entenda o caso

Na madrugada de domingo (14), durante um plantão na delegacia em Camocim, no Ceará, um policial civil matou quatro colegas de trabalho.

O suspeito, identificado como Dourado, inspetor da Polícia Civil , estava de folga no momento da chacina .

Após disparar contra seus colegas, Dourado empreendeu fuga em um veículo policial, porém, posteriormente, abandonou o carro e se entregou no quartel da Polícia Militar local.

Segundo o Capitão Cleumir, da Secretaria de Segurança da cidade, as vítimas são três escrivães e outro inspetor da Polícia Civil.

Três dos assassinatos ocorreram dentro da delegacia, enquanto o quarto aconteceu nas proximidades. O crime abalou a Delegacia Regional de Polícia Civil de Camocim .

Não há informações sobre a motivação por trás desse terrível ato, e a investigação está em andamento.

A Polícia Civil emitiu uma nota lamentando o ocorrido e informou que a área está isolada e passará por perícia.

As vítimas foram identificadas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, além do inspetor Gabriel de Souza Ferreira.

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