Em 2020, foi registrado um aumento recorde na concentração de cinco gases que destroem a camada de ozônio em todo o mundo, mesmo após três décadas da assinatura do Protocolo de Montreal , um acordo internacional para eliminar gradualmente o uso e a dispersão dessas substâncias.
De acordo com um estudo recente publicado na revista científica "Nature Geoscience" , a quantidade desses cinco clorofluorocarbonos (CFCs) na atmosfera aumentou significativamente entre 2010 e 2020, devido a brechas não delimitadas no acordo, que foi assinado pelo Brasil.
Durante esse período, os cientistas identificaram aumentos percentuais na concentração atmosférica dos seguintes compostos: 4% no caso do CFC-115m , 9% no caso do CFC-114a , 9% no caso do CFC-13, 19% no caso do CFC-112a e 141% no caso do CFC-113a .
O impacto atual dessas emissões ainda é considerado baixo para afetar a camada de ozônio , porém, o aumento acende a luz de alerta para o que pode vir a prejudicar todo o progresso alcançado pelo Protocolo de Montreal, comprometendo também a meta de se evitar um aquecimento ainda maior do planeta até o fim do século.
Embora a maioria dos CFCs tenha sido eliminada da atmosfera desde a proibição de seu uso, alguns compostos químicos ainda podem ser liberados como matéria-prima e em forma de subproduto durante a produção de outros compostos, como os hidrofluorocarbonos (HFCs).
Dos cinco CFCs analisados, pelo menos três deles - o CFC-113a , o CFC-114a e o CFC-115 - são conhecidos por estarem envolvidos na produção de outros produtos químicos.
A causa do aumento dos outros compostos é mais incerta, mas os pesquisadores especulam que alguns processos químicos específicos podem ter relação com o aumento.
Os cientistas destacaram que há uma necessidade de esforços mais rigorosos de fiscalização e monitoramento da produção e do uso desses compostos, apesar da proibição do uso de CFCs.
As emissões combinadas desses cinco CFCs em 2020 equivaleram a 4.200 toneladas de CFC-11 , o segundo clorofluorocarbono mais abundante na atmosfera.
Isso é preocupante porque a destruição da camada de ozônio afetaria profundamente a vida no nosso planeta.
A ONU anunciou que a camada de ozônio pode se recuperar completamente em 4 décadas se as políticas atuais de redução de CFCs permanecerem em vigor, o que destaca a importância de continuar monitorando e reduzindo essas emissões.
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