Policiais incineraram instalações utilizadas por garimpeiros na Terra Indígena Yanomami
Divulgação
Policiais incineraram instalações utilizadas por garimpeiros na Terra Indígena Yanomami

Após ações de proibição do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami , pessoas, incluindo homens e mulheres que trabalhavam no local começaram a fugir em barcos e canoas lotadas. Desde a última quarta-feira, a Força Aérea Brasileira vem contribuindo para evitar que garimpeiros invadam a região através das diversas pistas clandestinas. 

A decisão da fuga só teve início, após uma expectativa de que está para acontecer nos próximos dias uma grande operação com o objetivo de expulsar todos os garimpeiros que trabalhavam na área. Para isso, ações das Forças Armadas Nacional e da Polícia Federal se resumiram na ocupação deles no território indígena como forma de intimidar qualquer garimpeiro.

Durante a visita em Roraima no sábado (4), a ministra Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, comentou através de uma coletiva de imprensa que o governo já tomou ciência da saída dos invasores por meio dos serviços de inteligência .

“Temos essa informação de que muitos garimpeiros estão saindo. É bom que saiam, assim a gente diminui a operação que vai ser feita. Se eles saem sem precisar da força policial, é melhor para todo mundo”.

 Essa atitude ilegal dos garimpeiros acabou causando uma crise humanitária sem igual no território. Só em 2022, por exemplo, o garimpo ilegal aumentou em 54% em uma área que deveria ser preservada por lei.

Crianças Yanomamis desnutridas
Reprodução: redes sociais - 23/01/2023
Crianças Yanomamis desnutridas

Do outro lado, mulheres têm enfrentado um problema ao deixar a área , por conta da dificuldade de sair e uma delas alega que a pé e sem mantimentos necessários para ter força fica difícil, devido ao tempo de caminhada que leva 30 dias e que os helicópteros cobram R$ 15 mil por voo.

Só como exemplo, da região principal da terra dos Yanomamis, Surucucu até Boa Vista , são cerca de 280 km , ou aproximadamente 1h30 de voo. Já de barco, o percurso é de, pelo menos, sete dias pelo rio Uraricoera.

Além disso, por conta de a região ser de mata fechada e montanhosa, acaba agravando ainda mais o trajeto de fuga dos garimpeiros.

Devido a essa situação, o governador de Roraima, Antônio Denarium (PT) pediu ao governo Lula que apoie a saída de "trabalhadores que escolheram a saída espontânea e pacífica".

Em nota, o ministro da Defesa, José Múcio, confirmou que estará no estado na próxima semana, e que será avaliada “com carinho”.

A Terra Yanomami conta com mais de 10 milhões de hectares espalhados entre os estados de Amazonas e Roraima e atualmente há cerca de 30 mil indígenas vivendo na região, incluindo os isolados, em 371 comunidades.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!