Pesquisa diz que 70% acreditam nos resultados da urna; 28% não confiam

Pesquisa inédita mostra que desconfiança é maior entre apoiadores de Bolsonaro. Maioria apoia apuração paralela das Forças Armadas

Distribuição das urnas eletrônicas para os locais de votação no Rio de Janeiro
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil - 14/11/2020
Distribuição das urnas eletrônicas para os locais de votação no Rio de Janeiro

A última pesquisa “A Cara da Democracia” sete em cada dez eleitores confiam 'em alguma medida' na honestidade do processo de contagem de votos no Brasil. Quanto a questão se volta a 'confiar muito na apuração dos votos' , o percentual cai para cerca de um terço (34%). 

Os percentuais da pesquisa ficaram estáveis em comparação com o mesmo levantamento divulgado em julho. O eleitorado que "desconfia totalmente" da apuração representa 28%. Para quem diz confiar “mais ou menos” o percentual é de 24% , enquanto que 11% se posicionam com "pouca confiança" na contagem de votos. 

Confiança na apuração entre bolsonaristas e petistas

Entre os bolsonarista, apenas 21% dizem "confiar muito" na honestidade do processo de contagem dos votos. Do outro lado, entre eleitores do ex-presidente Lula, o percentual é mais que o dobro com 44%.

Apuração própria das Forças Armadas

A pesquisa também aprensenta o recorte sobre esse debate. Entre os brasileiros aptos a votar (54%) são favoráveis a uma apuração dos votos paralela e própria das Forças Armadas. Contrários à ideia, o percentual é de 41%. 

Os brasileiros que dizem confiar nas Forças Armadas representam percentual de 71%, quase o mesmo percentual dos que acreditam na Justiça Eleitoral (72%). 

Na pesquisa, 69% dos eleitores afirmaram que o trabalho do TSE e tribunais regionais eleitorais é "muito importante" para o funcionamento da democracia no Brasil. 

Entre os apoiadores de Bolsonaro , 75% acham que os militares deveriam fazer uma apuração paralela dos votos na eleição deste ano. Já no grupo que declara voto em Lula, o percentual cai para 44%.

As urnas eletrônicas foram adotadas pela Justiça Eleitoral há mais de duas décadas e não tiveram nenhum caso comprovado de fraude. O sistema recebeu contestações do presidente Jair Bolsonaro (PL) em diversas ocasiões, incluindo em 2018, ano em que se elegeu com votos registrados no equipamento do sistema eleitoral. 

Feita pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), a pesquisa entrevistou presencialmente 1.535 eleitores em 101 cidades de todas as regiões do país entre os dias 9 e 14 de setembro e foi contratada pelo CNPq e Fapemig. A margem de erro total é de 2,5 pontos percentuais para mais ou menos com índice de confiança de 95%.

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