O candidato à presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu neste domingo com representantes de empregadas domésticas, categoria que, segundo as palavras do candidato do PT, tem 92% de mulheres.
Durante o ato ocorrido no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, Lula exaltou que, durante seu governo, os programas priorizavam as mulheres, por exemplo, ao colocá-las prioritariamente como beneficiárias do Minha Casa Minha Vida e do Bolsa Família.
"As mulheres assinaram 89% das escrituras do Minha Casa Minha Vida e a gente preferiu dar a casa para mulher com a consciência de que, com nenhum menosprezo aos homens, a mulher tem mais responsabilidade. A mulher jamais ia vender uma casa para deixar as crianças desabrigadas".
A campanha do ex-presidente Lula voltou o foco para o eleitorado feminino. O movimento ocorre em um momento em que o seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), sofre desgaste com as mulheres por ter atacado a jornalista Vera Magalhães, colunista do GLOBO, e a candidata do MDB a presidente, Simone Tebet, no debate da Band, na semana passada.
O foco do petista no eleitorado feminino fica evidente tanto pelas agendas de campanha como pela propaganda no horário eleitoral. A última pesquisa Datafolha mostrou que Lula tem 48% de intenção de voto entre as mulheres, que representam 52% do eleitorado, e Bolsonaro, 28%. Entre os homens, a vantagem do petista sobre o atual presidente é menor: 43% a 37%.
Em relação ao Bolsa Família, o petista disse que houve uma discussão no governo e a conclusão foi que os homens, ao receber o dinheiro, poderiam gastar com bebida, seja para esquecer da derrota de seus times de futebol ou para celebrar vitórias.
"A gente resolveu colocar no nome das companheiras mulheres porque elas não iam beber nem se perdesse nem se ganhasse. Elas iam comprar comida para levar para os filhos".
Lula também destacou outras realizações dos governos petistas voltadas para as mulheres.
"Queria que vocês soubessem algumas coisas que foram feitas neste país que as pessoas não levam em conta ou nem sabem. Foram 8.664 creches e pré-escolas construídas com recursos federais, rede cegonha para ampliar o atendimento das gestantes, lei das domésticas, aumento da cobertura da Previdência social entre as mulheres, igualando o acesso entre mulheres e homens".
Como já havia feito na véspera, em outra agenda com eleitorado feminino, um encontro com mulheres quebradeiras de coco babaçu no Maranhão, Lula reafirmou neste domingo a sua intenção de, caso eleito, recriar o Ministério das Mulheres.
Nesta segunda-feira, Lula terá um encontro com representantes de assistentes sociais, outra categoria dominada por mulheres. Além disso, a propaganda eleitoral de Lula no sábado foi toda voltada ao eleitorado feminino. A mulher do ex-presidente, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, fez a sua estreia no horário eleitoral. O vídeo ainda tinha uma mulher como locutora.
Neste domingo, no ato com as domésticas, Lula voltou a acusar Bolsonaro de usar a religião indevidamente e disse que o “fariseu mente”.
"A maior mentira que ele conta por dia é avocar o nome de Jesus toda hora. Ele usa o nome de Jesus em vão para tentar avocar a boa fé das mulheres e homens cristãos neste país. Eu tenho dito todo dia que o Estado não tem religião, o Estado não pode ter religião. É preciso ficar muito atento a essa quantidade de mentiras que são contadas todo santo dia".
O petista ainda criticou a liberação de armas feita por Bolsonaro e afirmou que, por causa disso, os “bandidos não estão mais roubando armas” e sim comprando-as.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.