O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) , afirmou não acreditar que a proposta de revogação da PEC da Bengala avance no Congresso. Para ele, o projeto não passará ''em hipótese alguma”. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou na terça-feira a proposta que antecipa a aposentadoria de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) , chamada de "PEC da Vingança".
"Eu não acredito em hipótese alguma que possa acontecer a evolução disso nem na Câmara dos Deputados. Eu acho que foi uma aprovação na CCJ, acho que o presidente Arthur Lira não deve levar a discussão ao plenário e, ainda que houvesse, eu não vejo ambiente algum para essa discussão nesse momento em relação a se acabar com a chamada “PEC da Bengala”, da elevação da idade de 75 anos para a redução para 70. Então não vejo essa perspectiva, acho que isso não vai acontecer", — disse Pacheco em entrevista à GloboNews.
Por outro lado, o presidente do Senado reconheceu a possibilidade de ser analisada a PEC que aumenta a idade máxima dos indicados a ocupar cadeira no Supremo Tribunal Federal. De acordo com o texto do deputado federal Cacá Leão (PP-BA), autor da PEC, a proposta prevê o aumento de 65 para 70 anos.
"Essa até vejo alguma possibilidade política, de alguma conveniência jurídica em razão do aumento da expectativa de vida. Então, essa é uma discussão possível, essas atualizações que possam fazer que haja compatibilidade do ordenamento jurídico com o aumento da expectativa de vida, como aconteceu quando da reforma da previdência. É uma discussão possível, obviamente que eu não posso falar em nome de todo Senado Federal, então é um debate muito longo para se ter na Câmara e no Senado", comentou o presidente.
Promulgada em 2015, a PEC da Bengala determinou 75 anos a idade máxima para aposentadoria compulsória dos ministros da Corte. Na época, a idade era de 70 anos. Caso o texto aprovado pela CCJ avance, a idade de 70 anos voltaria a valer.
Por 35 votos favoráveis contra 24, a revogação da PEC da Bengala foi aprovada com apoio de bolsonaristas e partidos do Centrão. Durante a reunião, parlamentares da oposição acursaram o governo de apoiar o texto com a intenção de indicar mais dois nomes ao STF. Os deputados alegaram também que a votação seria uma espécie de “vingança” diante da suspensão de pagamentos das chamadas "emendas de relator", determinada pela Corte.