O deputado Rodrigo Maia (sem partido-RJ) reagiu à decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) , de vetar sua indicação para ser um dos vice-líderes da Oposição na Casa. Lira indeferiu ontem a indicação de Maia, feita pelo líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ).
O argumento do presidente foi que para integrar esse grupo é necessário que Maia esteja filiado a um partido desse espectro político, de oposição ao governo. Essa medida foi adotada por Maia, em 2018. Ao GLOBO, Maia classificou a decisão de seu sucessor como um ato "bobo, deselegante e desnecessário".
"Foi um ato deselegante, desnecessário, pequeno. Coisa boba, menor. Poderia me chamar em qualquer horário para falar. Na política, o diálogo é o melhor caminho. Quando presidente nunca deixei ninguém sem a palavra, independentemente do regimento da Câmara. Poderia ter conversado comigo. Ninguém vai morrer por usar cinco minutos no plenário. Eu iria dar meu ponto de vista sobre o projeto do imposto de renda (da reforma tributária). Iria até elogiá-lo pela condução", disse Rodrigo Maia.
O ex-presidente da Câmara lamentou a decisão de Arthur Lira e afirmou que a Secretaria-Geral da Mesa chegou a aceitar sua indicação para a Oposição. No site oficial da Câmara, o nome de Maia chegou a constar como um dos vice-líderes. Maia evocou o passado político de sua família, de perseguição a seu pai, para rebater a atitude de Lira.
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"Meu pai foi preso, torturado, isolado. Não é o Arthur Lira quem vai me calar. Minha família é de origem de enfrentamento a esse tipo de ato. Atitude desnecessária. Podia ser resolvido de outra forma, me chamado num canto e conversado. Ganhou a eleição e continua com espírito de perdedor", afirmou Maia.
"Foi pegar uma decisão minha e usar contra mim. Não estou reclamando. Tenho mandato, vou me filiar a algum partido, vou me inscrever e falar no horário que me couber", disse o deputado.