O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou hoje a escolha de Hamilton Mourão (PRTB) para ser vice na sua chapa, em 2018, e disse que a decisão de incluir o general ocorreu em cima da hora e criticou o militar. Bolsonaro afirmou que Mourão chega a atrapalhar sua gestão, ao ser perguntado sobre o papel do vice e como anda a relação entre os dois. Ele comparou o papel do vice como ao de um cunhado.
"Foi um nome escolhido meio a toque de caixa. Ele faz o trabalho dele. Por vezes, aqui, atrapalha um pouco. É que nem o cunhado. Você casa e tem que aturar o cunhado do seu lado. Não pode mandar o cunhado embora", disse Bolsonaro, em entrevista à Rádio Arapuan, de João Pessoa (PB).
Bolsonaro disse que não quer mais escolher seu vice "em cima da hora", que gera dificuldade. Foi perguntado sobre a definição de quem pode ser seu companheiro de chapa na eleição de 2022. O presidente respondeu que tem recebido sugestões do perfil do novo vice.
"A escolha do vice foi muito em cima da hora. Como foi na composição das bancadas (para a Câmara). Muitos parlamentares depois de ganharem a eleição usando nosso nome se tornaram verdadeiros inimigos. Não quero mais esse problema, caso venha a ser candidato. O vice é importatíssimo para agregar simpatias. Alguns falaram que poderia ser alguém do Nordeste, ou uma mulher. Alguém com perfil mais agregador", afirmou.
O presidente também foi questionado sobre o desempenho do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se com ele é também no estilo "um manda e o outro obedece" e se pode vir a apoiá-lo para algum cargo no ano que vem.
"Se algo está dando errado no governo, a crítica vem para cima de mim. Algumas coisas eu mando e eles têm que obedecer. Tem regra, tem hierarquia. Mas a grande parte (dos ministros) tem liberdade para tocar seus projetos em frente. O Queiroga tem se saído muito bem e 90% do que ele faz estou de acordo. Deu prosseguimento a grande parte do que fazia o general Pazuello, que fez um trabalho fantástico na saúde", disse Bolsonaro.