A deputada federal Joice Hasselman (PSL-SP) denunciou ao Ministério Público na noite dessa sexta-feira as agressões sofridas por ela na madrugada do último domingo . A parlamentar prestou depoimento à promotora Gabriela Manssur, que coordena a Ouvidoria da Mulher no Conselho Nacional do Ministério Público.
O caso já é investigado pela Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados. Na tarde dessa sexta-feira, Joice prestou depoimento aos agentes sobre o ocorrido. Segundo ela, informações do inquérito poderão ser compartilhadas com a Polícia Civil de São Paulo.
"Acabei de fazer uma denúncia no conselho Nacional do Ministério Público, na ouvidoria da mulher. A dra. Gabriela Manssur estava aqui em casa tomando meu depoimento. Ela é do grupo Justiça de Saias, mas também coordena a ouvidoria nacional da mulher dentro do Conselho Nacional do MP", diz a deputada.
Segundo ela, a denúncia ao MP foi feita para que o caso seja esclarecido. Assim como afirmou à coluna de Bela Megale, Joice diz que não aceitará ilações sobre a possibilidade de violência doméstica. Ela defendeu o marido , o neurocirurgião, Daniel França.
"Fiz a denuncia por vários motivos. Primeiro, porque eu acho que o Ministério Público tem que investigar isso. Segundo, porque tem um bando de canalhas querendo distorcer os fatos e jogar isso para uma violência doméstica, que não deixa de ser grave, mas não é algo como uma violência política. Então, eu pedi todo apoio, e ela (a promotora) acabou de sair daqui."
Joice relata que, no último domingo, acordou no chão de sua casa, envolta em uma poça de sangue, sem saber o que aconteceu durante a noite. Com várias fraturas pelo corpo, pediu ajuda do marido, que dormia em quarto separado, porque França tem problemas com ronco.
Após ir ao hospital, Joice foi diagnosticada com lesões corporais. A última lembrança, segundo ela, foi a de assistir a um capítulo de uma série na sua cama. Ela suspeita que alguém tenha invadido o apartamento e desferido um golpe em sua cabeça, resultando em desmaio.
"O caso vai ser investigado pela Depol (Departamento de Polícia Legislativa) e pela Polícia de São Paulo. Vou solicitar o compartilhamento de todos os dados com a Polícia de São Paulo. E, agora, também a ouvidoria nacional do Ministério Público e da defesa das mulheres já entraram neste caso."
Ao GLOBO, Joice disse que vai processar "os vagabundos" que estão lançando suspeitas sobre o marido.
"Prestei depoimento por telefone (à polícia legislativa), mas hoje fui lá (presencialmente) para assinar e indicar as testemunhas, porque quero que todos sejam ouvidos. Especialmente quem me socorreu, e hoje está sendo mais vítima do que eu, que é o meu marido. Estou com cinco fraturas no rosto, uma na espinha, e esses canalhas conseguem fazer uma fratura na minha alma, que é distorcer o que está tudo apontando para ser um atentado e tentar colocar nas costas de um homem que vive a vida para salvar os outros."
Joice diz que indicou como testemunhas à Polícia Legislativa o marido, dois funcionários e, caso a polícia julgue necessária, uma terceira funcionária. Joice voltou a defender de forma veemente o neurocirurgião.
"Claro que ele está abalado, ele não é jornalista como eu, não é político, a arma dele é um bisturi para salvar vidas. Alguém que nunca passou por esse tipo de absurdo, uma pessoa que não aparece na imprensa, discreto."