Dr. Jairinho é acusada de agredir filhos de ex-namoradas
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Dr. Jairinho é acusada de agredir filhos de ex-namoradas

A estudante Debora Melo Saraiva classificou como "mínima medida de Justiça" o indiciamento pelo delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), pelo crime de tortura majorada contra a filha de uma também ex-namorada do parlamentar. Debora relatou as agressões que seu filho, atualmente tem 8 anos, conta ter sofrido de Jairinho, caso que segue em investigação.

A moça se relacionou com o parlamentar entre 2014 e 2020, entre idas e vindas, já que na época ele também era casado com a dentista Ana Carolina Ferreira Netto, mãe de dois dos seus três filhos. Debora diz estar aliviada com o indiciamento. "Recebo a notícia aliviada, pois é a mínima medida de Justiça esperada para um caso tão delicado e assustador como esse."

No início da tarde desta sexta-feira, dia 30, em coletiva, a polícia falou sobre a conclusão das investigações a partir dos depoimentos de uma cabeleireira, esta ex-namorada de Jairinho, da filha dela, hoje com 13 anos, e da avó da menina. Elas relataram episódios de agressão do parlamentar contra a criança, no período de 2010 a 2014.

Com a conclusão desta investigação, foi feito um pedido de prisão preventiva do parlamentar. A pena pelo crime de tortura majorada pode chegar a oito anos. Este caso ainda se desdobrou num outro inquérito por violência doméstica na própria DCAV.

Ao delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), no inquérito que apura a morte do enteado de Jairinho, Henry Borel Medeiros, de 4 anos, Debora contou que seu filho relatou que o vereador, em uma ocasião, colocou um papel e um pano em sua boca, avisando que ele não poderia engoli-los. Ele teria colocado a criança deitada em um sofá na sala de sua casa em Mangaratiba, subido no móvel e pisado sobre seu corpo.

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A estudante relatou também que o menino torceu o joelho quando estava sozinho com Jairinho. O vereador ligou dizendo que a criança havia torcido o joelho e médicos de uma clínica particular constataram que ela tinha uma fratura no fêmur. A mãe afirmou ter estranhado o fato de o filho não ter chorado em nenhum momento, mesmo diante da lesão grave.

No segundo depoimento que prestou, no último dia 16, Debora narrou, ao longo de quatro horas, os episódios de violência que sofreu por parte do parlamentar — foram tantos, segundo a moça, que ela sequer é "capaz de contabilizar". Na delegacia, Debora alegou ter mentido e omitido informações em seu primeiro termo de declaração por se sentir "ameaçada".

Procurado, o advogado Braz Sant’Anna, que representa Jairinho, informou que não irá se pronunciar sobre os procedimentos instaurados pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).

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