
O discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima , nesta quinta-feira (22), “pegou mal entre os outros países”, avalia o embaixador Cesário Melantonio Neto . Para ele, as mentiras do presidente da Reública sobre os investimentos na preservação ambiental podem repercutir mal entre os países.
Durante a reunião convocada pelo presidente estadunidense, Joe Biden, Bolsonaro disse que o Brasil está na vanguarda do combate ao aquecimento global , ainda que as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal tenham sofrido baixas sequenciais desde o início da gestão. “Na diplomacia, não adianta mentir e dizer coisas que não estão de acordo com a realidade”, afirma o embaixador.
Na última segunda-feira (19), O Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) revelou que a floresta registrou o maior desmatamento para o mês de março nos últimos 10 anos . De acordo com boletim, a destruição na Amazônia Legal totalizou 810 quilômetros quadrados em fevereiro de 2021, um aumento de 216% em relação a março de 2020.
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“A verdade é que o Brasil nos últimos dois anos e quatro meses acabou com as estruturas jurídicas de combate ao desmatamento, além de uma redução das estruturas, a falta de dinheiro para combater os crimes ambientais”, comenta Melantonio. “O que se viu nesse período, na verdade foi uma política contra a preservação do meio ambiente”.
Na opinião dele, as promessas de redução de emissão de carbono para 2030 valem pouco no cenário internacional, visto os incêndios de 2020 no pantanal e na Amazônia de repercussão global
Para o embaixador, o Brasil só vai melhorar a sua imagem internacional quando apresentar uma política de combate ao desmatamento. “Tem que fazer o dever de casa”, diz.