No feriadão de 7 de setembro, as praias da Zona Sul do Rio também ficaram tomadas de banhistas, que não respeitavam as regras de distanciamento
Cléber Júnior/Agência O Globo
No feriadão de 7 de setembro, as praias da Zona Sul do Rio também ficaram tomadas de banhistas, que não respeitavam as regras de distanciamento

RIO - O domingo de inverno em plena pandemia parecia mais um típico dia de verão. Os termômetros chegaram a marcar 36 graus, e as areias cariocas ficaram lotadas. Tomar banho de sol ainda não está permitido, mas muitos banhistas desrespeitaram a determinação.

Na Zona Sul, diversas pessoas ainda aproveitaram o fim de semana para jogar vôlei. A prática de esportes coletivos, no entanto, só está liberada em dias úteis.

Do Leme ao Recreio, cariocas curtiram o dia de sol sem máscara. A cozinheira Márcia Cristina, de 52 anos, justificou:

— Viemos hoje para espairecer, depois de tanto tempo em casa. Estou com a máscara guardada porque confesso que é complicado usar na praia... ou fica suada por causa do calor, ou molhada se entrar no mar!

A digitadora Ane Caroline, de 31 anos, decidiu levar os filhos após ver, pelas redes sociais, que outros amigos tinham feito a mesma coisa:

— Achei a praia bastante movimentada. Parece até um dia normal. Acho que só não está tão cheio porque os guardas não estão deixando estacionar na orla.

O comerciante Eric Jota, de 49 anos, ao contrário, afirmou que tem frequentado a praia em quase todos os fins de semana, na companhia da esposa.

— Quando completaram três meses de quarentena, a gente voltou a vir. Mas tomamos cuidado, procurando ficar distante das outras pessoas.

A vendedora Darcilene Costa, de 37 anos, resolveu aproveitar o dia com mais quatro pessoas, incluindo o filho pequeno. O grupo chegou às 8h e pretendia ir embora por volta de 12h. Para proporcionar maior conforto, levaram guarda-sol e um cooler com bebidas.

— A gente só não veio no último fim de semana porque vimos na televisão que estava lotado, devido ao feriado.

No Arpoador, o número de guarda-sóis na areia era praticamente incontável. A venda de bebidas alcoólicas também ocorria naturalmente, como se não fosse proibido.

Proibição de estacionar na orla

Após ter autorizado o estacionamento na orla, a Prefeitura do Rio voltou atrás esta semana e determinou que os carros não podem parar no local aos sábados, domingos e feriados.

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Diversas equipes de fiscalização estavam nas ruas, e muitos veículos foram multados e rebocados. Outra consequência da nova regra foi o engarrafamento nas ruas internas dos bairros. Enquanto os motoristas procuravam vagas, o trânsito ficou lento na região.

Pontos turísticos lotados

Na manhã deste domingo, a fila para entrar no Forte de Copacabana estava enorme. O ponto turístico, que antes não tinha máximo de visitantes, passou a limitar a entrada de 450 pessoas por vez. Com o marco atingido, era preciso esperar que alguns saíssem para outros entrarem.

Por isso, a administradora Tainá Queiroz, de 23 anos, aguardava mais de uma hora e meia para entrar com o namorado. Os planos eram tomar café da manhã na Confeitaria Colombo, visitar o monumento histórico e depois partir para o Corcovado.

— A gente chegou 10h30, mas, com toda essa demora, estamos achando que só vai dar tempo de tirar algumas fotos e ir embora pro Cristo Redentor. Compramos o ticket pela internet com hora marcada para entrar lá — contou.

A engenheira Viviane Siqueira, de 32 anos, também enfrentou longa espera. Ela levou alguns amigos de São Paulo para tomarem café na tradicional confeitaria carioca. Apesar disso, não estava disposta a aguardar muito mais:

— Se não entrarmos em meia hora, vamos embora!

A carioca e confeiteira Mayara de Lima, de 26 anos, também ficou surpresa com a fila:

— Resolvi vir com meu namorado porque não conhecia o local, mas nem entendi porque está tão cheio!

O movimento no Corcovado também foi intenso. Segundo a analista administrativa Lucilene Souza, de 28 anos, que visitou o ponto turístico pela primeira vez, muitas pessoas desrespeitaram as determinações de distanciamento:

— Aproveitamos que estava com promoção comprando o ingresso pela internet para vir. Mas achei que está muito cheio! É tanta gente que é até difícil ficar distante.

O atendente de balcão Lucas André Paz, de 24 anos, concordou. O gaúcho aproveitou o fim de semana para conhecer o Rio de Janeiro com a namorada e ficou assustado com o volume de visitantes no Cristo.

— Na hora de tirar fotos, todo mundo tira máscara. Está mega lotado! Primeira vez que a gente veio e eu não achava que estaria assim

Já a movimentação no Pão de Açúcar foi menor que no último fim de semana. Segundo funcionários, o pico de visitação ocorreu logo pela manhã, na hora de abertura. Às 13h, quando a reportagem passou pelo local, já não havia mais filas.

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