Participação de agentes de seguranças nos confrontos também diminuiu. Dos 2.009 registros, em apenas 486 – ou seja 24% — havia policiais envolvidos
Dilvulgação
Participação de agentes de seguranças nos confrontos também diminuiu. Dos 2.009 registros, em apenas 486 – ou seja 24% — havia policiais envolvidos

Nos últimos cinco meses, período de quarentena no Rio devido à pandemia de Covid-19, houve uma redução de 43% de registro de tiroteio ou disparos de armas de fogo em todo o estado em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 2.009 casos, enquanto em 2019 foram 3.500 casos. A informação é da plataforma Fogo Cruzado e consta em um estudo a ser divulgado nesta segunda-feira.

De acordo com o relatório, a participação de agentes de seguranças nos confrontos também diminuiu. Dos 2.009 registros, em apenas 486 – ou seja 24% — havia policiais envolvidos. No mesmo período do ano passado, dos 3.500 tiroteios, 1.015 tiveram a participação de agentes.

Ainda segundo o documento, entre 13 de março e 18 de agosto, 638 pessoas foram baleadas, o que representa uma queda de 50% se comparado com o mesmo período de 2019, em que 1.268 pessoas foram atingidas. Desse total, 646 não resistiram e morreram.

Para o Fogo Cruzado, a suspensão das operações policiais no Rio durante a pandemia, salvo em casos excepcionais a serem julgados com antecedência, pode ser um dos fatores para a redução dos números. No relatório da plataforma, os pesquisadores identificaram que durante a quarentena 10 pessoas foram baleadas dentro de casa. Cinco não resistiram e morreram. As mortes aconteceram depois da liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, em 5 de junho.

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Entre as vítimas, Caio Jesus Barbosa, de 24 anos, foi morto por uma bala perdida quando estava a caminho do barbeiro, no dia 27 de julho, na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio. O rapaz ia cortar o cabelo para uma sessão de fotos com a noiva. Além dele, uma idosa de 87 anos também foi baleada dentro de casa durante o tiroteio.

Médias diárias

Com 2.009 tiroteios e disparos de arma de fogo no Grande Rio, houve uma média de 13 tiros por dia ocorridos durante a pandemia. O número é 7% menor que o registrado no período pré-quarentena (entre os dias 1º de janeiro e 13 de março), quando foram 1.024 tiroteios com média de 14 registros por dia. No período de isolamento, houve média diária de dois mortos e dois feridos.

Regiões

A Zona Norte do Rio, com 731 registros, concentrou 36% do total de tiroteios e disparos de arma de fogo acumulados no Grande Rio durante a quarentena. Na sequência, ficaram Baixada Fluminense (428), Zona Oeste (365), Região Metropolitana (355), Centro (81) e Zona Sul (49).

Municípios

Entre os municípios da região metropolitana, a cidade do Rio teve o maior número de tiroteios e disparos de arma de fogo: foram 1.226. Em seguida estão São Gonçalo (222), Duque de Caxias (132), Niterói (92), Belford Roxo (82). A capital fluminense também teve o maior número de mortos (118) e de feridos (132).

Bairros

A Vila Kennedy, com 137 registros, foi o bairro do Rio com mais tiros. Complexo do Alemão (63), Cidade de Deus (54), Tijuca (52) e Vicente de carvalho (48) completaram o ranking.

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