Faixa protesta contra postura do presidente diante da pandemia da Covid-19
Reprodução/Twitter
Faixa protesta contra postura do presidente diante da pandemia da Covid-19

BRASÍLIA — No dia em que o Brasil atingiu a triste marca de 100 mil mortos pelo novo coronavírus, manifestantes penduraram uma faixa em frente ao Palácio do Planalto, afirmando que o presidente Jair Bolsonaro é responsável pela quantidade de óbitos em decorrência da doença no país. "100 mil mortes. A culpa é sua Bolsonaro", diz a faixa.

Na quinta-feira, o presidente comentou que o país iria chegar a esse número nos próximos dias e afirmou que é preciso "tocar a vida". A fala foi dada ao lado do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.

— A gente lamenta todas as mortes, está chegando ao número de 100 mil talvez hoje, é isso? — disse Bolsonaro.

Pazuello, então, respondeu que a marca provavelmente será alcançada esta semana.

— Mas vamos tocar a vida, tocar a vida e buscar uma maneira de se safar desse problema — complementou o presidente, durante live no Facebook.

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A imagem do protesto em frente ao Planalto foi publicada por um perfil no Twitter. O dono da conta se identificou como militante do Partido dos Trabalhadores e disse ter sido responsável pela ação.

Bolsonaro vem sendo criticado pela condução do país na crise sanitária desde o inicio da pandemia. Ele se manifestou contrário a medidas de isolamento social, indicadas por cientistas e pela Organização Mundial da Saúde (OSM), e minimizou diversas vezes o impacto da doença, chamando-a de "gripezinha".

O presidente também é a favor do uso da hidroxicloroquina no tratamento precoce da doença, apesar de não haver comprovação científica dos benefícios do medicamento. A substância foi um dos motivos que levou à queda de dois ministros da Saúde, Henrique Mandetta e Nelson Teich, durante pandemia. Desde maio, o país não tem um titular à frente do Ministério da Saúde.

Procurado, o Palácio do Planalto não se pronunciou até a publicação desta matéria.

Luto no Legislativo e Judiciário

Neste sábado, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, se solidarizaram com os 100 mil mortos pela doença. Tanto o presidente do Congresso quanto o presidente do STF decretaram luto oficial.


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