O advogado Ralph Hage Vianna, indicado para a defesa de Fabrício Queiroz , admitiu ao jornal O Globo ter sido procurado pelo ex-chefe da segurança do senador Flávio Bolsonaro para atuar junto ao caso depois que ele tinha sido intimado para depor no Ministério Público do Rio, em dezembro de 2018, devido às investigações que tiveram origem com um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que detectou uma movimentação atípica na conta dele no total de R$ 1,2 milhão. Esse documento instaurou um procedimento sobre a prática de "rachadinha", quando servidores devolvem parte dos salários, no MP fluminense.
Segundo o empresário Paulo Marinho, em relato publicado no jornal Folha de S. Paulo neste domingo, Vianna é o advogado indicado por ele para atuar na defesa de Queiroz depois que Flávio Bolsonaro pediu ajuda para montar uma estratégia de defesa quando o caso veio à tona em dezembro de 2018. Marinho foi figura central na campanha à Presidência de Jair Bolsonaro e é suplente do senador.
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"Esclareço apenas que fui procurado para representar o Sr. Fabrício Queiroz, após sua intimação pelo Ministério Público Estadual, mas não segui na causa, não podendo passar maiores detalhes", afirmou Vianna. "Contudo, por dever legal de sigilo profissional, não posso falar sobre o caso", completou.
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Ainda de acordo com Marinho, depois que o escândalo se tornou público, Flávio teria dito ao empresário que não fazia mais contato com Queiroz, nem o atendia, para não ser acusado de estar orientando o ex-assessor.
Segundo o empresário, o senador também revelou, no entanto, que o advogado Victor Alves, que é seu assessor parlamentar, continuava em contato com o ex-policial militar. Indicado por Marinho para auxiliar Flávio em sua defesa, o advogado Christiano Fragoso recomendou que se arranjasse um advogado para Queiroz e indicou Ralph Hage Vianna, disse o empresário na entrevista.
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Marinho disse ainda que senador Flávio Bolsonaro foi informado por um delegado da Polícia Federal, entre o primeiro e o segundo turnos da eleição de 2018, que seria deflagrada a Operação Furna da Onça, que expôs detalhes das movimentações financeiras sobre Fabrício Queiroz, então seu assessor. Depois do relatório do Coaf, Queiroz passou a ser acusado de operar um esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).