Sem a presença do ministro Luiz Henrique Mandetta, a coletiva de imprensa no Ministério da Saúde foi conduzida por João Gabbardo, secretário executivo da pasta, e por Wanderson Kleber de Oliveira, secretário de vigilância e saúde.
Oliveira divulgou os números atualizados sobre covid-19 no Brasil: são 2.201 casos confirmados do novo coronavírus e 46 mortes até esta terça-feira (24). Além disso, o secretário de vigilância e saúde explicou sobre nova estratégia de testagem da população e de profissionais da saúde.
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Faltam equipamentos de proteção individual
Sindicatos médicos e organizações de profissionais de saúde têm se manifestado nos últimos dias, alegando falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) durante trabalho.
Gabbardo explicou que ministério enviou primeira remessa de 20% dos materiais adquiridos para distribuição em todo país e deixou os outros 80% a serem distribuídos conforme necessidades dos estados.
O secretário afirmou também que a importação desses produtos está atrasada por conta do fechamento dos aeroportos e de voos pelo mundo.
O lote esperado para as regiões norte e nordeste deve chegar entre os próximos dias 27 e 28, mas Gabbardo disse que uma nova remessa deve ser preparada para amanhã. A Força Aérea Brasileira deve realizar essas distribuições.
"O mundo não tem máscaras o suficiente. Se não tem máscara, faz com pano. É uma barreira física. Vamos deixar as máscaras serem usadas pelos hospitais e profissionais de saúde", declarou à população sobre a escassez de equipamentos.
Brasil e mundo
Durante coletiva, secretários expressaram certa discordância de diretrizes internacionais no combate ao covid-19. "A Organização Mundial da Saúde orientou que nós devemos testar e assim estamos fazendo, trabalhando duramente — apesar de termos considerado que poderíamos estar trabalhando com uma estratégia um pouco menos intensa", afirmou Oliveira.
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Um dos questionamentos recorrentes no evento com ministério foi sobre se o baixo número de testes tem escondido realidade do novo coronavírus no Brasil. Na quarta-feira (18), Mandetta alegou que seria um "desperdício, do ponto de vista sanitário" testar todas as pessoas com sintomas, como indicado por OMS.
O secretário João Gabbardo negou a interpretação e afirmou que "Brasil está dentro do esperado", comparando a curva de crescimento nacional com as da Itália (de grande proporção) e da Alemanha (de baixa proporção).
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Quarentena total
Sobre ainda não haver uma quarentena total decretada no Brasil, Gabbardo disse que posição "não é questão de temor [econômico]. Estamos consultando especialistas que nos ajudam tecnicamente e a posição do ministério agora é essa. Pode ser que mudemos com o tempo”.
Ele reforçou a conduta de isolamento para apenas sintomáticos e idosos.
"Se mantivermos a população totalmente trancada durante duas semanas, o que acontecerá no décimo quinto dia, quando as pessoas deverão sair desse isolamento? Elas terão contato com coronavírus. Com essas medidas, queremos reduzir a velocidade do número de pessoas doentes", disse.
Site do Ministério da Saúde
Outro problema citado durante a coletiva foi que a plataforma online do Ministério sobre covid-19 está fora do ar desde a última quinta-feira (19). Gabbardo afirmou que há uma alteração importante sendo feita e que o canal será relançado na próxima quinta (26).
A promessa é de que, no novo site, haja mais dados sobre o covid-19, incluindo os números de pacientes que já foram curados e tiveram altas dos hospitais.
Tratamento novo
O secretário havia se comprometido em divulgar a posição oficial do ministério sobre o uso de cloroquina e hidroxicloroquina em tratamentos contra covid-19 até esta terça (24), mas postergou o pronunciamento para quarta-feira (25).