O site oficial da Polícia Militar do Rio de Janeiro foi hackeado na tarde deste domingo (8). No lugar das informações institucionais da corporação , a página mostrava, até por volta das 18h, a imagem do coronel da reserva e ex-comandante Ibis Silva Pereira, sob a legenda "Como entrar na favela da maré (sic) sem levar tiro".
O grupo responsável pelo hackeamento identifica-se como Kill index , composto pelos usuários R3CRUT4 e R4TIN. O conteúdo já está fora do ar. Procurada, a PM ainda não se manifestou sobre o ataque.
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A invasão do site acontece quatro dias depois de o soldado da Polícia Militar e youtuber Gabriel Monteiro
ter o porte de arma suspenso e ser submetido a um processo administrativo disciplinar que pode culminar em sua expulsão
.
O soldado é acusado de ter cometido uma "transgressão disciplinar de natureza grave", de acordo com a Corregedoria da PM, ao tratar Ibis Pereira "de forma desrespeitosa".
Com quatro milhões de seguidores, o soldado foi alvo de uma investigação interna , depois de gravar vídeos com o coronel, sem sua autorização, e postá-los em seu canal.
Em um deles, Pereira, atualmente lotado como assessor parlamentar do gabinete da deputada Renata Souza (PSOL), é questionado por entrar no Complexo da Maré sem ser alvejado por traficantes:
Você viu?
"Ninguém entende como o senhor entra no coração do Comando Vermelho e não é morto, sendo policial militar (...) A rua onde o senhor ia é uma boca de fumo, coronel (...) O senhor é do PSOL, não é? (...) Existe alguma ligação entre o PSOL e a criminalidade da Maré?”, diz Monteiro.
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Desde a suspensão do soldado, determinada pela sindicância, o policial cedido ao deputado estadual Filippe Poubel (PSL) recebeu o apoio de diversos parlamentares, incluindo Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP).
Em declaração ao jornal Extra, Ibis Pereira classificou a atitude do PM como uma transgressão "para fins de projeção pessoal " e o criticou por fazer uma acusação grave sem ter provas.
"Questões internas das corporações militares não devem ser comentadas publicamente por seus agentes. De qualquer maneira, um policial que acusa o outro sem fundamento e materialidade joga contra a memória e honra da corporação. Trata-se de uma ação leviana, descomprometida com o bem da instituição, em busca de holofotes em um ano eleitoral", afirmou.