Em encontro com jornalistas nesta sexta-feira, o ministro André Luiz Mendonça , da Advocacia-Geral União (AGU), justificou os ataques do presidente Jair Bolsonaro à imprensa como "uma reação humana a uma injustiça que ele se sente passando".
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Horas antes no portaria do Palácio do Alvorada , Bolsonaro reagiu com agressividade a repórteres que o questionaram sobre as investigações de "rachadinha" no gabinete de seu filho Flávio quando este era deputado estadual, cargo que ocupou entre 2003 e 2018.
"Você tem que ver isso num contexto onde ele ( Bolsonaro ) se sente injustiçado e perseguido. É uma reação humana em função de uma injustiça que ele se sente passando", disse Mendonça.
O advogado-geral da União disse que é "a imprensa tem que ter liberdade, mas deve ter no mínimo compromisso moral com a verdade." Em defesa do presidente, o ministro argumentou que Bolsonaro "talvez tenha sido o presidente que mais recebeu a imprensa", citando cafés das manhã com jornalistas e as declarações no Alvorada.
"Diante da injustiça que ele se sente passando, ele é humano, ele vai ter reações também. Vocês precisam ler tudo isso que é em função de um contexto. Agora, sem dúvida, o presidente respeita a imprensa e já disse reiteradamente da importância da imprensa para nosso país", disse o ministro.
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Durante a entrevista nesta manhã, o presidente afirmou que o ex-assessor Fabrício Queiroz, suspeito de articular o esquema de " rachadinha
", deveria ser responsabilizado se tiver cometido algum "deslize". Questionado pelo repórter do GLOBO sobre o que deve acontecer com Flávio se o senador também tiver cometido um deslize, respondeu:
"Você tem uma cara de homossexual terrível. Nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual. Você fala "se", "se", "se" o tempo todo", disse.
De acordo com Bolsonaro, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) faz um "trabalho porco" e a imprensa só vê "um lado" da investigação.
Em outro momento da entrevista, o presidente não quis responder se tem algum comprovante do empréstimo de R$ 40 mil que diz ter feito a Fabrício Queiroz. No ano passado, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou, em uma relatório sobre movimentações atípicas do ex-assessor, que ele repassou cheques de R$ 24 mil para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente alegou desde o início que Queiroz estava devolvendo um empréstimo.
"Pergunta para a tua mãe o comprovante que ela deu pro teu pai, está certo? Querem comprovante de tudo", afirmou Bolsonaro, ao repórter do GLOBO, na saída do Palácio da Alvorada. O presidente virou-se então para outro repórter e questionou: "Você tem nota fiscal desse relógio que está contigo nesse teu braço? Não tem. Não tem. Você tem nota fiscal do seu sapato? Não tem. Você tem do seu carro, talvez nem tenha nota fiscal, mas tem o documento. Tudo tem que ter nota fiscal, comprovante?"