Ministro da Defesa, Braga Netto
Fernando Frazão/Agência Brasil
Ministro da Defesa, Braga Netto

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, afirmou nesta terça-feira que o desfile de blindados feito na semana passada na Esplanada dos Ministérios foi uma maneira do presidente Jair Bolsonaro demonstrar "prestígio" às Forças Armadas. Braga Netto negou que o desfile, realizado no mesmo dia em a Câmara votaria a proposta de voto impresso, tenha sido uma ameaça.

— O presidente considerou aquilo como um prestígio. Porque ele é um presidente que prestigia as Forças Armadas. Isso foi feito, o convite, todo esse acerto, foi feito com mais de 20 dias de antecedência — disse Braga Netto, durante audiência na Câmara dos Deputados.

No desfile, que ocorreu na semana passada, foi entregue um convite para Bolsonaro comparecer à Operação Formosa, um exercício militar realizado pela Marinha em Formosa (GO). A operação é realizada todos os anos, desde 1988, mas essa foi a primeira vez que um desfile militar foi feito na Esplanada para a entrega de um convite ao presidente.

De acordo com Braga Netto, a Marinha informou que gostaria de entregar o convite a Bolsonaro, mas o presidente avisou que não poderia sair do Palácio do Planalto porque havia uma reunião ministerial marcada para aquele dia.

— Aquilo foi planejado com mais de um ano de antecedência. Foi levado ao presidente da República que a Marinha queria levar um convite a ele. O presidente afirmou que não haveria possibilidade de sair (do Palácio do Planalto) porque haveria uma reunião ministerial. Ele solicitou que o convite fosse entregue na frente (do Planalto).

O ministro disse que conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e que Lira teria entendido a situação:

— Conversei, inclusive, para esclarecer, tanto com o presidente Lira como conversei o Ciro Nogueira, expliquei a situação para eles. O Lira entendeu a situação. Não vou entrar no mérito se foi adequado ou não. Mas aquilo estava planejado, foi levado ao presidente, o presidente falou: “não, passa, porque eu quero prestigiar, eu quero que seja entregue”.

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Durante a audiência, Braga Netto confirmou que não haverá desfile militar no 7 de setembro, devido à pandemia de Covid-19, como antecipou a colunista Malu Gaspar:

— Não haverão desfiles. Exatamente em virtude da pandemia. Nada impede que, dependendo da situação de cada localidade, haja aquelas exposições e demonstrações que são feitas normalmente, bandas, exposições de materiais. Mas desfiles não estão previstos.

Braga Netto foi convidado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para explicar uma nota em que rebateu declarações do presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), sobre a suspeita de participação de militares em irregularidades na compra de vacinas.

O ministro também negou que tenha havido ameaça ao Senado nesse caso:

— Não houve ameaça — declarou, acrescentando depois: — Foi emitida uma resposta a um pronunciamento pontual, considerado desrespeitoso. Essa resposta foi emitida de forma direta, clara, necessária e legítima.

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