A procuradora-geral da República, Raquel Dodge defendeu mais uma vez a confiabilidade da urna eletrônica, após declarações do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, sobre uma possibilidade de fraude no pleito .
“É um sistema que já foi testado nas últimas eleições, cuja confiabilidade nunca foi negada por nenhum dos testes feitos até agora e são feitos frequentemente no Tribunal Superior Eleitoral”, disse Raquel Dodge.
Segundo Raquel De acordo com a PGR, foi após a implantação da urna que se reduziram “problemas crônicos”, como as recorrentes suspeitas de compra de votos. “Antes a ideia de troca de voto por dentadura, por alimento, para fraudar a urna de papel, era uma queixa comum a cada eleição. Isso é um passado superado pelo modelo da urna eletrônica”, disse.
Dodge foi autora da ação que resultou na suspensão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do voto impresso nas eleições deste ano. Na ação, a procuradora-geral da República sustentou que o voto impresso causaria “transtornos ao eleitorado, aumentaria a possibilidade de fraudes e prejudicaria a celeridade do processo eleitoral”, sendo inconstitucional também por ter o potencial de comprometer o sigilo do voto.
A adoção do voto eletrônico teve início no Brasil nas eleições de 1996, quando 35% das urnas foram informatizadas. Desde o ano 2000, todas as urnas são eletrônicas, sem impressão do voto.
Leia também: Temos 22 anos de urnas eletrônicas sem fraude comprovada, diz Rosa Weber
Balanço de um ano de Raquel Dodge
Nesta terça-feira, a procuradora-geral da República apresentou, em Brasília, um balanço das ações feitas sob seu comando no Ministério Público. Um dos focos do relatório foram os números relativos ao combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no STF e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo a PGR , foram 46 denúncias apresentadas contra 144 pessoas no último ano. Foram feitos ainda 85 pedidos de abertura de inquérito.
Ao longo deste ano, porém, a PGR pediu 164 arquivamentos de investigações em ambos os tribunais. Mais nove arquivamentos foram feitos pelo STF à revelia da Procuradoria-Geral da República, que recorreu das decisões, por entender haver indícios de crimes.
Leia também: Toffoli rebate críticas de Bolsonaro e diz que urnas eletrônicas são seguras
“O que posso dizer com muita clareza é que nos temos o interesse de continuar com um acervo de casos abertos cuja persecução penal tenha viabilidade”, disse Raquel Dodge na entrevista coletiva em que apresentou os números.