Geraldo Alckmin confirmou  senadora Ana Amélia como vice de sua chapa
Divulgação/Assessoria Ana Amélia
Geraldo Alckmin confirmou senadora Ana Amélia como vice de sua chapa

O ex-governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), foi o quarto candidato nas eleições presidenciais sabatinado pelos jornalistas da GloboNews. Antes do tucano, Álvaro Dias, Marina Silva (REDE) Ciro Gomes (PDT) já haviam participado do programa.

Durante a entrevista, que aconteceu na noite desta quinta-feira (2), o  Geraldo Alckmin falou sobre suas propostas de governo, dando ênfase para a economia. Ele também tentou se afastar ao máximo do governo de Michel Temer, apesar de elogiar algumas medidas do emedebista.

O tucano defendeu seu ex-secretário Laurence Casagrande Lourenço, investigado na Operação Lava Jato por fraude nas obras do Rodoanel e evitou perguntas sobre o companheiro de partido Aécio Neves, denunciado na Operação Lava Jato.

A sabatina de Geraldo Alckmin

Geraldo Alckmin foi o entrevistado desta quinta-feira no canal GloboNews
Divulgação
Geraldo Alckmin foi o entrevistado desta quinta-feira no canal GloboNews

O ex-governador iniciou a entrevista confirmando que a senadora Ana Amélia (PP) aceitou o convite para integrar sua chapa como candidata a vice-presidente. O tucano se disse "otimista" com a possibilidade da anúncio oficial.

Questionado pelo mesa sobre a aliança com o chamado "centrão", Alckmin reiterou a necessidade de se ter apoio para fazer um bom governo. "Queremos fazer um governo reformista e, para isso, precisamos dialogar com todos", disse. Sobre os envolvimentos de seus aliados com casos de corrupção, o tucano minimizou: "Faço alianças com partidos políticos. Aqueles que erraram devem responder na Justiça e vão pagar por isso".

O candidato ainda prometeu que não pretende transformar sua administração em "balcão de negócios". "Indicações políticas para ministérios não terão espaço no meu governo", afirmou.

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"Os partidos estão cada vez mais enfraquecidos. Os eleitores não votam mais em partidos, mas em pessoas", afirmou o candidato, que propôs uma reforma política: "Minha primeira medida como presidente seria reformar a política do Brasil. Com o voto distrital misto e a diminuição do número de partidos, nos vamos fortalecer a política brasileira", disse.

Ainda sobre reformas, o tucano falou que pretende ainda fazer reformas tributárias, previdenciárias e nos estados. "Quero mudar a cultura burocrática do Brasil. O nosso povo não está interessado em briguinhas políticas, ele quer um governo que sirva a sociedade", analisou.

Sobre o governo Michel Temer, apoiado pelo PSDB, Alckmin foi duro: "Governo sem voto não tem legitimidade. Eu já fui governador de São Paulo com votos e sem votos e sei a diferença. E na minha época não houve impeachment, já que o Mário Covas faleceu", disse. Sobre o apoio tucano, o candidato procurou se afastar. "Eu não era a favor do partido assumir cargos no governo. Mas eu não sou dono do partido", se defendeu.

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Questionado sobre os escândalos de corrupção em seu governo de São Paulo, como os investigações sobre a DERSA e o Rodoanel. "Sobre a DERSA e o Paulo Vieira de Souza, ele mesmo declarou que nunca me cumprimentou", disse. Já sobre o rodoanel, o ex-governador defendeu o ex-secretário Laurence Casagrande Lourenço, acusado na Lava-Jato por fraude em licitações na obra. "Confio nele e acho que está sendo vítima de uma injustiça. O Rodoanel é a maior obra rodoviária do Brasil e passou por muitos problemas técnicos. Não há superfaturamento nenhum", enfatizou.

O candidato ainda elogiou os 24 anos de governo no PSDB no estado de São Paulo. "Temos o melhor estado do Brasil economicamente. Maior superávit primário. Depois de 24 anos, ganhei as eleições para o governo do estado no primeiro turno. O povo de São Paulo sabe que nosso governo deu certo", disse.

Questionado pela mesa sobre o crescimento das facções criminosas em São Paulo, o governador lembrou que o número de homicídios no estado diminuiu significativamente no seu governo. "O problema de violência é no Brasil inteiro. As fronteiras estão abertas e armas e drogas entram no País com facilidade. Em São Paulo nós trabalhamos e melhoramos e o Governo Federal precisa entrar de vez nesta luta", afirmou o tucano, que disse que vai criar uma Agência Nacional de Inteligência para combater o crime organizado.

O próximo assunto abordado pelo tucano foi o pré-sal. "Defendo trazer empresas estrangeiras para podermos extrair mais petróleo e gás. Isso vai gerar muitos empregos, sobretudo no nordeste", explicou. 

Ainda sobre economia, o ex-governador de São Paulo afirmou que pretende cortar gastos, principalmente com privilégios para políticos. "O presidente do Brasil viaja para qualquer lugar com dois aviões à disposição. O Brasil tem uma cultura de autoridade. Pretendo passar a tesoura em gastos desnecessários, como fiz no estado de São Paulo", disse.

DEM oficializa apoio à candidatura de Geraldo Alckmin em convenção
Reprodução/Twitter Rodrigo Garcia
DEM oficializa apoio à candidatura de Geraldo Alckmin em convenção

Ele ainda garantiu não pretende privatizar empresas como o Banco do Brasil e a Petrobras, mas que deve vender outras estatais e abrir o mercado brasileiro para o comércio exterior. "Defendo acordo comercial com a União Europeia e com o os países da Ásia", explicou o tucano, que ainda prometeu reduzir tarifas para ganhar mais mercado.

Questionado sobre educação, o candidato disse que se foca será investir principalmente na educação básica: "Nossa meta é colocar 100% das crianças brasileiras de 4 a 5 na escola e alfabetizá-las antes que elas ingressem no 1º ano", explicou o Alckmin, que elogiou a reforma do ensino médio feita pelo governo Temer.

Médico de formação, Alckmin também falou sobre seus planos para a saúde. O ex-governador afirmou que o tratamento de água e a melhor distribuição de vacinas e medicamentos antibióticos serão suas prioridades.

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No bloco final do programa, Geraldo Alckmin respondeu perguntas rápidas dos jornalistas. Defendeu o porte de armas nas zonas rurais e  disse ter certeza de que o PSDB tem força para aprovar reformas, mas fugiu por duas vezes de perguntas feitas sobre seu companheiro de partido Aécio Neves, denunciado na Operação Lava Jato. O tucano não quis responder se pediria a expulsão do mineiro em caso de condenação e nem se receberia Aécio em um de seus comícios por Minas Gerais.

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