Ex-governadores de São Paulo, os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin viraram réus na Justiça em uma ação civil em que são acusados de ferirem a Lei de Responsabilidade Fiscal com operações de negociação de dívidas tributárias de contribuintes que são consideradas uma espécie de “ pedalada fiscal ”.
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A ação, que está na 14ª Vara de Fazenda Pública, foi movida pelo Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp) e pelo Sindicato dos Procuradores do Estado, das Autarquias, das Fundações e das Universidades Públicas de São Paulo (Sindiproesp). Segundo a denúncia, Alckmin
e Serra teriam autorizado negociações de dívidas tributárias que resultariam em prejuízo ao estado e, por sua vez, o governo receberia dinheiro de endividados de forma antecipada.
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Também respondem ao processo o secretário da Fazenda, Helcio Tokeshi, ex-secretários, as empresas públicas CPSEC (Companhia Paulista de Securitização) e CPP (Companhia Paulista de Parcerias) e seus respectivos presidentes.
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O que diz a ação contra Alckmin e Serra
Segundo o texto, as operações irregulares teriam começado em 2007, na gestão de José Serra, quando o governo estadual iniciou o programa de parcelamento de dívidas tributárias em que oferecia vantagens aos devedores, como os descontos nos juros e nas multas por atraso. Já na época de Geraldo Alckmin, a fim de receber o dinheiro das dívidas de maneira antecipada, o governo teria negociado os chamados “direitos creditórios” com a CPSEC.
A ação detalha como eram feitas essas negociações – e por que seriam consideradas contrárias à Lei de Responsabilidade Fiscal. De acordo com o texto, o governo oferecia créditos com redução de 50% à CPSCE, que transformava isso em títulos de dívida, os quais seriam obtidos por financiadores. Contudo, de acordo com a acusação, o governo tornava-se garantidor dessa dívida, o que é negado. A acusação ainda aponta que a CPSEC é uma empresa pública e que o estado estaria usando sua estrutura para cobrar essas dívidas.
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Procurados pela Folha de S. Paulo,
os ex-governadores
negam qualquer tipo de irregularidade. José Serra diz que “não houve antecipação de receita tributária” e que o estado “não assume responsabilidade pelo pagamento das dívidas e que o risco é transferido ao investidor”. Já Geraldo Alckmin
afirma que “os atos preparatórios dessa política pública foram baseados em consultas formais à Procuradoria Geral do Estado” que “respondem pelos interesses da Fazenda Pública do Estado”.