Um grupo de nove governadores e três senadores esteve, na tarde desta terça-feira (10), na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para visitar o ex-presidente Lula da Silva , preso desde sábado (7). Mas a entrada não foi permitida pela juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução penal do petista.
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Antes da chegada do grupo, o juiz Sérgio Moro já havia se manifestado sobre as visitas ao ex-presidente.
"Nenhum privilégio foi concedido, inclusive sem privilégios quanto a visitações, aplicando-se o regime geral de visitas da carceragem da Polícia Federal, a fim de não inviabilizar o adequado funcionamento da repartição pública, também não se justificando novos privilégios em relação aos demais condenados", escreveu Moro.
A presidente do PT , a senadora Gleisi Hoffmann, criticou a decisão. “Infelizmente, não conseguimos, pois teve uma decisão judicial que contraria a lei”, disse a senadora.
Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão e ex-juiz federal, explicou que “entre as regras da carceragem e a Lei de Execução Penal, todos sabemos que a lei tem primazia. E o artigo 41 da lei diz que o preso tem direito a visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos”.
Para o governador, “não há justificativa razoável e nós estamos particularmente incomodados com isso ser tratado como regalia. O que é direito não é regalia”, afirmou Dino.
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Além de Flávio Dino e Gleisi, compareceram à superintendência os governadores Camilo Santana (PT-Ceará), Renan Filho (MDB-Alagoas), Ricardo Coutinho (PSB-Paraíba), Rui Costa (PT-Bahia), Tião Viana (PT-Acre), Paulo Câmara (PSB-Pernambuco), Waldez Gois (PDT-Amapá) e Wellington Dias (PT-Piauí), bem como os senadores Lindberg Farias (PT-RJ) e Roberto Requião (MDB-PR).
Atos por Lula
A Executiva Nacional do PT divulgou nota oficial em que afirma que continuarão os atos em defesa do ex-presidente Lula da Silva. Entre as medidas, está a manutenção de acampamentos em Curitiba e Brasília.
O PT também decidiu formar comitês locais e a realizar atos envolvendo artistas e juristas. De acordo com o partido, há manifestação em defesa da liberdade de Lula previstas em Nova York, Madri e Dublin. Apoiadores também têm estimulado o envio de cartas e realização de ligações para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
O PT informou ainda que “ Lula continua sendo nosso candidato à Presidência da República e sua candidatura será registrada no dia 15 de agosto, conforme a legislação eleitoral”.
* Com informações da Agência Brasil
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