Segovia sai do comando da PF nesta terça-feira (27) após se envolver em polêmicas com inquérito contra Temer
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Segovia sai do comando da PF nesta terça-feira (27) após se envolver em polêmicas com inquérito contra Temer

O novo ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, demitiu Fernando Segovia do comando da Polícia Federal (PF) na tarde desta terça-feira (27). O ex-diretor-geral será substituído por Rogério Galloro .

Leia também: Barroso dá mais 60 dias para PF concluir investigação contra Michel Temer

A demissão de  Segovia  acontece depois de ele se envolver em polêmicas com a entrevista concedida à agência de notícias Reuters, em que comentou que o inquérito que investiga o presidente Michel Temer (MDB) poderia ser arquivado, e ainda sugeriu que o delegado responsável pelo caso corria o risco de ser punido. Desde então, o delegado enfrentou pressão para deixar o posto na PF.

Depois da fala polêmica, o então diretor-geral da Polícia Federal chegou a ser intimado pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso para prestar esclarecimentos sobre o caso. Barroso é relator no inquérito que investiga o presidente por suposto crime envolvendo a edição do Decreto dos Portos , e considerou a declaração do delegado "imprópria". Em sua defesa, Segovia disse ter sido "mal interpretado", pontuando que "e que o inquérito é conduzido por uma equipe de investigadores que atua "com toda autonomia e isenção".

Ontem, a procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu para o Supremo que impedisse Segovia de comentar o inquérito  contra Temer. No pedido, a PGR requereu que o delegado se abstivesse de “qualquer ato de ingerência sobre a persecução penal em curso”, incluindo falar publicamente sobre as investigações, ainda sugerindo que ele fosse afastado do cargo caso respeitasse a determinação. 

O substituto 

Quem assume o cargo a partir de hoje é Rogério Galloro , que estava no comando da Secretaria Nacional de Justiça desde o fim do ano passado, nomeado pelo ministro da Justiça Torquato Jardim. Inclusive, quando da posse de Segovia na Polícia Federal, o nome mais cotado pelo ministro era justamente o de Galloro.

Relembre a polêmica

Em entrevista publicada pela agência Reuters no dia 9 de fevereiro, o diretor-geral da PF criticou a qualidade das provas colhidas no âmbito das investigações sobre suposta vantagem indevida oferecida pela empresa Rodrimar, que opera o porto de Santos, ao presidente Michel Temer.

Leia também: Agência corrige asserção de Segovia sobre arquivamento de inquérito contra Temer

"Os indícios são muito frágeis, na realidade, de que haja ou que houve algum tipo de influência realmente, porque em tese o decreto não foi feito para beneficiar aquela empresa”, disse. "Se houve corrupção ou ato de corrupção, não se tem notícia do benefício. O benefício não existiu. Não se fala e não se tem notícia ainda de dinheiro de corrupção, qual foi a ordem monetária, se é que houve, até agora não apareceu absolutamente nada que desse base de ter uma corrupção”, completou o delegado.

Fernando Segovia também afirmou que ainda há diligências a serem cumpridas no âmbito da investigação e disse acreditar que em até três meses a apuração será concluída. "Tudo que for indício que possa reportar uma possibilidade que ache uma prova que sustente esse tipo de acusação a gente vai ter que checar. É muito mais uma checagem de tudo que a gente tem para que no final não dê um veredicto ‘olha checamos tudo e não tem nada’. ‘Ah, mas vocês checaram tudo mesmo?'. Sim, foi tudo verificado", declarou o diretor-geral da PF, indicando a tendência de pedir o arquivamento do inquérito.

*Com informações da Agência Brasil

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!