O ex-governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), deixou o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande na tarde desta quarta-feira (15) após a Justiça conceder um habeas corpus em caráter provisório. Ele foi preso na manhã de terça-feira (14) pela Polícia Federal na quinta fase da Operação Lama Asfáltica, batizada de Papiros de Lama, que investiga um esquema de corrupção no estado.

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A determinação foi do desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), que concedeu um habeas corpus em caráter provisório. O filho do ex-governador, André Puccinelli Júnior, preso na mesma operação, também foi solto.

Segundo as investigações da PF, ele e o pai, que ocupou o cargo de governador entre 2006 e 2014, chefiaram durante quase 10 anos um esquema de  corrupção responsável por desviar mais de R$ 235 milhões dos cofres do estado. Além dos dois, foram cumpridas outras 26 ordens judiciais.

Ex-governador do MS, André Puccinelli é acusado de comandar esquema de corrupção no Mato Grosso do Sul
Divulgação
Ex-governador do MS, André Puccinelli é acusado de comandar esquema de corrupção no Mato Grosso do Sul

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Entre elas, duas de prisão temporária e 24 de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em quatro cidades. André Puccinelli e seu filho permanecem no Complexo Penitenciário de Campo Grande e esperam pelo cumprimento do habeas corpus. Os dois terão que devolver cerca de R$ 22 milhões aos cofres públicos. Em decisão na primeira instância, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 160 milhões dos supostos integrantes do esquema.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Cleo Mazzotti, a fase da operação se iniciou depois de depoimentos de colaboradores, análise de materiais apreendidos em fases anteriores e delação premiada de ex-executivos da JBS. Segundo a PF, Puccinelli recebia propina da JBS por conta de incentivos fiscais dados à empresa no estado. Em delação, o pecuarista Ivanildo Miranda afirma que a campanha do ex-governador recebeu R$ 21 milhões da empresa em doações.

Além da Polícia Federal, a operação é conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal. O nome da operação, Papiros de Lama, decorre de uma das formas da organização criminosa desviar recursos públicos por meio da compra fraudulenta de livros jurídicos, sem justificativa plausível, por uma concessionária de serviços públicos.

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Segundo as investigações, esta foi apenas uma das formas de atuação do grupo. Os órgãos que atuam de forma conjunta nas investigações, os acusados de corrupção agiam de diversas formas para desviar recursos públicos. Entre elas, a fraude em obras públicas, como a construção e reforma de estradas no Mato Grosso do Sul.

* Com informações da Agência Brasil.

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