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Apontado como "Italiano" em planilhas da Odebrecht, Antonio Palocci teria atuado em favor da empresa junto à Petrobras

O ex-ministro Antonio Palocci presta depoimento na tarde desta quarta-feira (6) ao juiz Sérgio Moro na sede da Justiça Federal em Curitiba. A audiência se dá no âmbito de ação penal da Operação Lava Jato que apura a participação do ex-chefe da Fazenda dos governos Lula e Dilma em esquema para intermediar o recebimento de propina da Odebrecht ao Partido dos Trabalhadores .

Preso desde setembro do ano passado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, Antonio Palocci é acusado de ter atuado de maneira "intensa e reiterada" na "defesa de interesses da Odebrecht na administração pública federal envolvendo contratos com a Petrobras". Parte da propina paga pela construtora teria sido repassada por meio da compra de um terreno para o Instituto Lula e de um apartamento para o ex-presidente em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, conforme aponta a denúncia do Ministério Público Federal.

O ex-ministro teria gerenciado uma conta que recebeu R$ 128 milhões do 'setor de propina' da Odebrecht , que identificou Palocci em suas planilhas de controle com o codinome "Italiano". A defesa do ex-ministro nega que esse apelido se refira a ele.

Além de Lula e de seu ex-ministro da Fazenda, também são réus nessa ação penal o empreiteiro Marcelo Odebrecht (que prestou depoimento na segunda-feira), o ex-diretor do setor de realizações imobiliárias da construtora, Paulo Ricardo Baqueiro de Melo, e o empresário Dermeval de Souza Gusmão Filho, que prestou depoimento na manhã de hoje.

Também figuram na relação de réus o advogado Roberto Teixeira, o engenheiro Glaucos da Costamarques e o ex-assessor de Palocci na Casa Civil, Branislav Kontic.

A ex-primeira-dama Marisa Letícia também chegou a figurar no quadro de réus dessa investigação, mas a denúncia contra ela foi extinta devido ao seu falecimento, em fevereiro deste ano.

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Empresário admite compra de terreno

Primeiro a ser ouvido pelo juiz Moro nesta quarta-feira, o empresário Demerval de Souza Gusmão Filho confirmou ter comprado o terreno na Vila Clementino, zona sul de São Paulo, para a construção da nova sede do Instituto Lula. Segundo informações divulgadas pela Rede Globo , o empresário disse ter pagado R$ 7 milhões pelo terreno a pedido da Odebrecht.

Na semana passada, análise pericial realizada pela assessoria de Pesquisa e Análise do Ministério Público Federal indicou que foram gastos R$ 12,4 milhões com a compra do terreno na Vila Clementino . Parte dessa quantia, segundo a perícia, teria sido "disponibilizada pelo Grupo Odebrecht com recursos de caixa dois". 

Lula é acusado de ter cometido crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro nos episódios referentes à compra do terreno e do apartamento no ABC Paulista – apontados como contrapartidas ao ex-presidente em decorrência da atuação de Antonio Palocci em favor da Odebrecht. Lula prestará depoimento a Moro no âmbito dessa ação penal na quarta-feira da semana que vem (13).  

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