As graves denúncias feitas por Joesley Batista, presidente da empresa frigorífica JBS nesta quarta-feira (17) seguem reverberando em todo o Brasil. Enquanto a base aliada do presidente Michel Temer tenta conter os efeitos da delação negando qualquer envolvimento no caso e parte oposição começa a arquitatar um possível impeachment, a internet também não perdoou o conteúdo bombástico das denúncias.

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O presidente Michel Temer (PMDB), acusado de tentar pagar pelo silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que teria cobrado R$ 2 milhões de propina da JBS foram as principais vítimas.

Com muito bom humor, os internautas reagiram das mais diversas formas. As séries americanas "House of Cards" e "13 Reason Why", a corrida presidencial de 2015 e até a eliminação do Flamengo na Libertadores foram lembradas. Veja algumas das melhores postagens:




Entenda o caso envolvendo o presidente Michel Temer

De acordo com informações obtidas por Lauro Jardim, colunista do jornal "O Globo", os proprietários da JBS, Joesley e Wesley Batista, afirmaram em delação premiada que possuem uma gravação na qual Temer aprova o pagamento de uma "mesada" para calar o ex-deputado Eduardo Cunha e o operador de propinas Lúcio Funaro, ambos presos. Ao saber desta informação, o presidente teria solicitado que a prática não parasse: "Tem que manter isso".

 No depoimento aos procuradores, Joesley revelou que a ordem da mesada na cadeia não partiu de Temer, mas que o presidente tinha total conhecimento de toda a operação. 

Outra informação veiculada pelo jornal que atinge o presidente diretamente é a de que Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), homem de confiança de Temer e ex-assessor especial da Presidência, teria recebido R$ 500 mil de propina para cuidar de uma pendência da J&F, holding que controla a JBS. A pendência, no caso, seria a disputa entre a Petrobras e a J&F sobre o preço do gás fornecido pela estatal para a termelétrica EPE.

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Ao ser indagado por Joesley sobre quem poderia ajudar a resolver esta situação a seu favor, Temer teria apenas respondido para falar "com o Rodrigo". A pendência foi resolvida mediante um pagamento de R$ 500 mil semanais por 20 anos, tempo que duraria o acordo com a EPE. Apenas a primeira parcela de R$ 500 mil foi paga, segundo a reportagem de Lauro Jardim.


Entenda o caso contra o senador Aécio Neves

Segundo o colunista Lauro Jardim,  do jornal "O Globo",  Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação onde Aécio Neves pede R$ 2 milhões ao empresário para ajudar a pagar a sua defesa na Lava Jato.

O dinheiro teria sido entregue a Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, que é primo de Aécio e coordenou a campanha do tucano para o planalto. "Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara", teria dito Aécio, em conversa gravada. Um dos quatro pagamentos de R$ 500 mil foi filmado pela Polícia Federal. Quem entregou o dinheiro ao primo de Aécio foi o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, hoje um dos delatores.

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A PF seguiu Fred, que foi filmado repassando a pagamento a Mendherson Souza Lima, assessor parlamentar de do senador Zezé Perrela (PSDB-MG), amigo pessoal e aliado político de Aécio. Ainda segundo a reportagem, o dinheiro teria sido rastreado até uma empresa que pertence a Gustavo Perrela, filho de Zezé Perrela. Não existe, segundo a PGR, nenhuma indicação de que o dinheiro tenha sido repassado para algum advogado de Aécio. 

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