Mais de 65% dos prisioneiros palestinos libertados por Israel devido ao acordo com o Hamas
estavam presos sem uma acusação formal. O grupo de 150 palestinos que estavam em prisões israelenses é composto exclusivamente por mulheres e menores de idade.
Desses, 98 estavam presos sob a chamada "detenção administrativa", segundo o serviço prisional de Israel. Esse mecanismo adotado pelo país permite a prisão de qualquer pessoa suspeita de ter cometido um crime ou de estar planejando cometer um crime no futuro.
As prisões que se enquadram nessa categoria podem ser feitas com base em "evidências secretas", o que significa que uma pessoa pode ser presa sem sequer saber por que está sendo acusada. O procedimento, criticado por organizações internacionais, é defendido por Israel como forma de conter suspeitos enquanto evidências são coletadas.
Dos 150 presos libertados, 31 são mulheres adultas e o restante são adolescentes de 14 a 18 anos (116 meninos e três meninas). Dentre os jovens, um dos delitos mais comuns é a suspeita de atirar pedras, cuja pena máxima pode chegar a 20 anos de prisão.
Segundo a imprensa internacional, a legislação israelense permite que menores de idade sejam presos sob suspeitas frágeis repetidas vezes. Quando os adolescentes estão presos, grande parte dos interrogatórios acontecem sem a presença de pais, responsáveis ou advogados. Além disso, se a detenção ocorrer por motivos de segurança - como é o caso de grande parte -, os interrogatórios sequere precisam acontecer em um idioma que o adolescente compreende.