A candidata à presidência da Argentina, Patricia Bullrich, se pronunciou sobre os resultados das primárias das eleições, ocorridas no último domingo (13). Em entrevista ao jornal argentino La Nacion nesta terça-feira (15), ela diz que as disputas internas da coligação Juntos por el Cambio, em que ela faz parte, foi responsável por prejudicar os resultados obtidos.
Ela afirma que ainda que a Argentina votou "contra o kirchnerismo” e que é necessário ouvir as ideias do candidato e adversário político, Javiel Milei, que terminou em primeiro lugar na disputa. Milei é da coalização La Libertad Avanza.
A coalizão Juntos por el Cambio também apresentou o nome de Horacio Larreta, prefeito de Buenos Aires. Bullrich afirma que a disputa interna, muitas vezes, era "descrita como um ego interno, como algo pessoal, mas não era”.
A candidata ainda disse que "todos podem estar no [seu] governo", quando questionada sobre uma possível participação de Milei na gestão. Ela afirmou que as ideias do candidato que lidera as eleições vem para contribuir” na discussão sobre uma nova Argentina.
Bullrich ainda levanta que as mudanças propostas pelas coalizões Juntos por el Cambio e La Libertad Avanza caminham para uma mudança na forma como o governo atual gere o país. Para ela, o resultado das primárias mostram que o povo argentino votou "contra o kirchnerismo” e “contra a política que acredita que o poder é para si”.
As primárias reduziu o número de candidatos à presidência me cinco nomes, que disputaram o cargo no dia 22 de outubro. São eles:
- Javier Milei, com 30,1%;
- Sergio Massa, com 21,4%;
- Patricia Bullrich, com 17%;
- Horacio Larreta, com 11,3%;
- Juan Grabois, com 5,9%.
Os candidatos representam três coalizões: La Libertad Avanza (Javier Milei) e Juntos por el Cambio (Patricia Bullrich e Horacio Larreta), ambas com visões mais conservadoras, e a Unión por la Patria (Sergio Massa e Juan Grabois).
Bullrich é conhecida como a Dama de Ferro da Argentina — em referência a Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra do Reino Unido. Ela é formada em humanidades e ciências sociais com foco em Comunicação pela Universidade de Palermo, com mestrado e doutorado em ciência política pela Universidade de San Martín.
Foi deputada por Buenos Aires entre 1993 e 1997, e depois entre 2007 e 2015. Bullrich trabalhou como ministra do Trabalho (2000-2001), da Segurança Social (2001) e da Segurança (2015-2019). Ela prometeu que, caso eleita, fará uma governo austero: "Uma das questões que nos caracteriza é a austeridade total e absoluta. Sempre disse que terei o governo mais austero de que a história argentina se lembra”.
"Acredito no bom uso do dinheiro público, em sair dos privilégios do poder e viver com humildade. Eu quero ser como a [ex-chanceler da Alemanha] Angela Merkel, morar na minha casa”, disse Bullrich.