O papa Francisco criticou, neste domingo (30), ataques contra depósitos de cereais na Ucrânia e fez um apelo para que a Rússia restabeleça o acordo que permitia a exportação de grãos através do Mar Negro.
Em seu Angelus dominical, o líder da Igreja Católica pediu que os fiéis "não parem de rezar pela martirizada Ucrânia, onde a guerra destrói tudo, inclusive o grão". "E isso é uma grave ofensa a Deus porque o grão é seu dom para tirar a fome da humanidade", disse.
"O grito de milhões de irmãos e irmãs que sofrem com a fome sobe até o céu", acrescentou o Papa.
Em seguida, Francisco fez um apelo às "autoridades da Federação Russa" para que retomem "a iniciativa do Mar Negro e o grão possa ser transportado em segurança".
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, elogiou a atitude do pontífice ao criticar os depósitos de cereais no território ucraniano, classificando a fala de Francisco como "um chamado importante".
"Um chamado importante do pontífice para Moscou restaurar a Iniciativa de Cereais do Mar Negro. A reação dos líderes religiosos ao terror dos mísseis russos e à destruição de produtos agrícolas ucranianos é extremamente importante para proteger o mundo inteiro - especialmente as populações da África e da Ásia, que mais sofrem com a ameaça da fome - de uma crise alimentar", escreveu Zelensky no Twitter.
Segundo o presidente, a Ucrânia será "garantidora da segurança alimentar mundial".
"O crucial agora é frear o terror russo e implementar totalmente a Fórmula de Paz", acrescentou, em referência ao seu plano que prevê a retirada das tropas russas de todas as áreas ocupadas.