O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira (24) que o seu desejo é que o plano de paz para o país, que sofre uma invasão da Rússia há um ano
, seja aberto ao envolvimento de mais nações. Por isso, quer ter encontros também com a América Latina e a África.
"Precisamos trabalhar para envolver a maior quantidade de países possível para que seja uma paz duradoura . E até que isso não aconteça, precisamos continuar a construir consensos na comunidade internacional. Ontem, 141 países votaram no nosso plano, mas precisamos dar passos no continente africano. Nós os subavaliamos por anos, e isso foi um erro. Por isso, criamos um programa para reforçar nossa presença", disse aos jornalistas.
Nesta semana, um possível plano de paz que seria liderado pelo Brasil começou a ventilar no cenário internacional e até mesmo a Rússia, que tem rejeitado tentativas de outros países neutros, manifestou interesse sobre o tema.
De acordo com Mikhail Galuzin, vice-ministro de Relações Exteriores russo, as propostas enviadas por Lula tem como um dos focos a correção de "erros de cálculo no campo da segurança internacional".
"Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os atores", afirmou em entrevista à agência de notícias russa TASS.
Encontro com Xi Jinping
O líder ucraniano destacou também nesta sexta-feira, dia que marca um ano do início da guerra, que está "programando" um encontro formal com seu homólogo chinês, Xi Jinping.
"Isso seria muito importante para a segurança mundial. A China respeita a integridade territorial e deve fazer de tudo para que a Rússia deixe o território da Ucrânia", disse o mandatário.
Zelensky citou ainda a proposta de paz apresentada pela China para o conflito entre ucranianos e russos. Ele, no entanto, questionou se as palavras apresentadas no documento chinês têm a capacidade de serem convertidas em ações.
"A China começou a falar da Ucrânia e isso não é um sinal ruim. Mas, precisamos entender, depois das palavras, quais são os passos que se seguirão. No plano, há o respeito pela integridade territorial, mesmo se a Ucrânia não é citada explicitamente, e isso coincide com os nossos interesses. Assim como questões da segurança e do respeito ao direito internacional. Precisamos trabalhar com a China", pontuou.
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