Presidente Jair Bolsonaro tem enfrentado dificuldades na articulação política com o Congresso
Marcos Corrêa/PR - 21.6.19
Presidente Jair Bolsonaro tem enfrentado dificuldades na articulação política com o Congresso

O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a pobreza e os direitos humanos, Philip Alston, citou o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), ao ilustrar o que chamou de "fracasso de lideranças governamentais" em relação à erradicação da pobreza diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.

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No documento divulgado pela ONU nesta terça-feira (25), Alston fala sobre o impacto do aquecimento global nos direitos humanos, em especial para as pessoas próximas ou abaixo da linha da pobreza.

O americano reclama que vários governos têm dado de ombros para as metas traçadas em convenções internacionais, o que "ameaça o pleno desfrute de uma ampla gama de direitos", em suas palavras. "Trinta anos de convenções parecem ter produzido muito pouco. De Toronto a Noordwijk, ao Rio, a Kyoto, a Paris. [...] Os elementos essenciais da mudança climática foram conhecidos nos anos 1970 e cientistas e advogados têm soado sinos de alerta a décadas. Ainda assim, os Estados têm passado por cada aviso científico e o que antes era considerado um aquecimento catastrófico agora se parece como o melhor cenário possível", escreveu.

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Em seguida, Alston menciona Bolsonaro e reclama de suas políticas ambientais – encabeçadas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O presidente americano, Donald Trump, também é tomado como exemplo.

"Até mesmo hoje, muitos países vêm dando passos cegos na direção errada. No Brasil, o presidente Bolsonaro prometeu abrir a floresta amazônica para a mineração, encerrar as demarcações de terras indígenas e enfraquecer as agências de proteção ambiental. A China está caminhando para superar a dependência do carvão, mas exporta a matéria para o exterior e tem falhado em incrementar suas regulamentações para a emissão do gás metano. Nos Estados Unidos, até recentemente o maior emissor de gazes do planeta, o presidente Trump tem colocado ex-lobistas em cargos de supervisão, adotando o discurso das indústrias, promovendo uma agressiva reversão das regulamentações ambientais e está ativamente silenciando e ofuscando as ciências climáticas", continuou o relator.

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Alston alerta que o aquecimento global deve levar cerca de 120 milhões de pessoas à pobreza até 2030 e critica a extração e consumo exacerbado de petróleo. "Manter o ritmo atual é a receita para uma catástrofe econômica. A prosperidade da economia e o desenvolvimento sustentável são perfeitamente compatíveism, mas , mas não há como dissociar o bem-estar econômico e a redução da pobreza à emissãoo de combustíveis fósseis", disse o relator da ONU .

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