Após críticas ao serviço de inteligência dos EUA, Trump recua de elogios a Putin
Reprodução/CNN
Após críticas ao serviço de inteligência dos EUA, Trump recua de elogios a Putin

Criticado inclusive por aliados por sua postura fraternal em relação ao presidente russo, Vladimir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recua nesta terça-feira (17) sobre questionamentos aos serviços de inteligência dos EUA e disse "aceitar" as conclusões que apontam uma interferência russa nas eleições de 2016.

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No encontro com Putin em Helsinque, na Finlândia, o magnata havia desacreditado o Departamento de Justiça e a Inteligência dos EUA, ao dizer que o "caso Rússia" era um "desastre" que atrapalhara as relações entre Moscou e Washington. Após múltiplas críticas, Trump recua de sua afirmação.

O presidente americano havia afirmado não haver motivos para desconfiar de Putin, embora relatórios dos serviços de inteligência dos EUA , do Senado e do Departamento de Justiça tenham confirmado que agentes de Moscou atuaram para direcionar o resultado das eleições de 2016.

Recuando de sua afirmação, Trump agora disse ter "plena confiança na Inteligência dos Estados Unidos". "Percebo que há a necessidade de um esclarecimento: eu quis dizer 'não vejo por que a Rússia não deva ser considerada responsável'", alegou o presidente, afirmando exatamente o oposto do que havia dito.

Após o encontro com Putin, diversos políticos do partido Republicano, a legenda de Trump, vieram a público para criticar a postura do presidente. Um senador, Jeff Flake, disse que o comportamento do magnata foi "vergonhoso". Nesta terça, no entanto, o partido barrou uma moção contra o presidente proposta pelos democratas. 

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Aliados e imprensa criticam, Trump recua

Políticos e jornais norte-americanos criticaram a postura de Donald Trump no encontro com Vladimir Putin , quando ele defendeu uma melhora nas relações entre Washington e Moscou e negou interferência de hackers russos nas eleições à Casa Branca de 2016.

O ex-vice-presidente Joe Biden afirmou que a coletiva de imprensa de Trump e Putin "não foi digna de um presidente dos Estados Unidos", pois não reflete aquilo que os cidadãos "pensam e nem o que são". "Trump insultou nossos amigos e se aliou aos nossos adversários", criticou Biden.

Já o ex-diretor do FBI James Comey pediu que os patriotas "se coloquem de pé para rechaçar o comportamento" de Trump, que "eximiu um criminoso mentiroso e se negou a apoiar o próprio país".

Até Newt Gingrich, um dos maiores defensores de Trump, disse que o mandatário cometeu "o erro mais grave da sua Presidência e deve se corrigir imediatamente".

Para o jornal The Washington Post , Trump "confabulou abertamente com o líder criminoso de uma potência hostil", negando-se a admitir o comportamento de Moscou e "destroçando o sistema judiciário de seu país".

O The New York Times, por sua vez, considera que Trump "está trabalhando duramente para sabotar os laços dos Estados Unidos com a Otan e com a União Europeia, e para debilitar a influência norte-americana no Oriente Médio". Após múltiplas críticas, Trump recua no apoio a Putin e disse confiar na investigação americana.

* Com informações da Ansa

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