![MP quer saber se Bolsonaro usou dinheiro público para turbinar notícias falsas mesmo sabendo da segurança das urnas MP quer saber se Bolsonaro usou dinheiro público para turbinar notícias falsas mesmo sabendo da segurança das urnas](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/af/wu/gf/afwugfwjk2au7mm4zihzvfco1.jpg)
O subprocurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, foi à Controladoria-Geral da União (CGU) para ter acesso ao relatório do órgão que atesta a segurança das urnas eletrônicas. Se o pedido for acatado, a CGU deverá entregar as informações em até 10 dias.
O relatório foi divulgado em uma reportagem do jornal O Globo, que obteve acesso ao documento por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Até então, o levantamento estava sob sigilo.
O documento foi um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que questiona a segurança das urnas eletrônicas. No fim do ano passado, o PL pediu a anulação do segundo turno por suspeita de fraudes em 250 mil urnas e encomendou um estudo de uma instituição privada. O pedido foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que atestou a segurança das urnas e disse que a legenda não apresentou provas concretas das fraudes.
Furtado quer investigar se Bolsonaro sabia da segurança das urnas e mesmo assim teria utilizado dinheiro público para turbinar notícias falsas. Se as denúncias forem confirmadas, o subprocurador poderá enviar uma denúncia ao TCU e à Polícia Federal.
"Em razão dessa notícia como fato superveniente às eleições, especialmente diante do suposto conhecimento do Sr. Jair Bolsonaro acerca da inexistência de fraudes no pleito presidencial de 2022; entendo imperioso conhecer e avaliar a autenticidade do referido relatório", disse, em seu despacho.
O pedido é mais um sinal de pressão contra a cúpula bolsonarista após os ataques de 8 de janeiro e as manifestações contra as urnas eletrônicas adotadas pelo ex-presidente e seus apoiadores desde a derrota nas eleições do ano passado. Além dos atos em Brasília, a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres também comprometeu o grupo aliado à Bolsonaro.
A base governista e opositores do ex-presidente tentam agilizar a tramitação de denúncias contra Bolsonaro para evitar uma disputa presidencial em 2026 e enfraquecer a cúpula bolsonarista no Congresso Nacional.