Um falso médico que atendia na UPA de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro , foi preso em flagrante nesta terça-feira (18), por policiais da 12ª DP (Copacabana). Itamberg Oliveira Saldanha, de 31 anos, estava trabalhando quando os investigadores chegaram à unidade de saúde. Segundo informações da Polícia Civil, o homem atendia na sala amarela, na ala de pacientes com Covid-19 , e chegou a ser vacinado contra a doença.
A estimativa é de que o falso médico tenha feito mais de 3 mil atendimentos desde janeiro deste ano. Em salários, ele ganhou cerca de R$ 100 mil no período. Segundo informações da polícia, Itamberg realizava uma média de 70 atendimentos por plantão. Os investigadores encontraram um atestado de óbito, assinado por Itamberg, de um paciente que morreu na unidade de saúde. Eles também acharam, com Itamberg, carimbo com os dados do médico Álvaro Pereira de Carvalho, cujo registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) era utilizado pelo falso médico.
Itamberg chegou a ser vacinado contra a Covid-19 no lugar de Álvaro. Quando o verdadeiro médico tentou ser imunizado, foi impedido porque seu nome já constava como pessoas que tinham recebido uma dose contra a Covid-19. Apenas após consegui esclarecer o que havia ocorrido, Álvaro conseguiu se vacinar.
A delegada titular da 12ª , Bianca Lima, afirma que ficou estarrecida com o fato de Itamberg estar trabalhando em uma ala para pacientes da Covid.
"É uma doença na qual os pacientes podem ter quadros que evoluem muito mal e forma rápida. Então o tratamento precisa de um olhar bem especializado, técnico. É uma situação absurda", analisa a delegada.
Aos policias, informalmente, Itamberg relatou que estudou medicina na Universidade Gama Filho até o 6º período. No entanto, acabou ficando sem dinheiro para custear os estudos, deixando de frequentar a universidade. Ele admitiu não ser médico. Um dos policiais responsáveis pela prisão do falso médico esteve recentemente internado no CTI com Covid-19.
Itamberg deve responder pelos crimes de t entativa de estelionato, falsidade ideológica e exerício ilegal da profissão da medicina.