O delegado Pablo Sartori, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), irá intimar o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior , o Dr. Jairinho (sem partido), e o advogado André França Barreto, que o representava quando houve o vazamento de uma foto em que uma das ex-namoradas do parlamentar aparece nua.
Na especializada, a cabeleireira de 31 anos contou que a imagem foi feita na época do relacionamento com o político, chegou a ser espalhada na ocasião do término e logo após houve uma tentativa de reconciliação por parte dele. O nude foi então novamente compartilhado nas redes sociais depois do depoimento prestado por ela no inquérito que apura a morte do menino Henry Borel Medeiros .
Ao delegado Henrique Damasceno, da 16ª DP (Barra da Tijuca), a moça relatou que ela e a filha, que tem atualmente 13 anos, sofreram diversas agressões por parte do vereador , entre 2010 e 2014. Na última sexta-feira, dia 30, o delegado Adriano Marcelo Firmo França, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), indiciou Jairinho pelo crime de tortura contra a menina. Na delegacia, ela narrou episódios de violência, como o que teve a cabeça batida pelo então padrasto contra a parede do box de um banheiro e até o que foi pisada por ele nos fundos de uma piscina para que não conseguisse levantar e respirar.
O nude da cabeleireira teria começado a circular em um aplicativo de mensagens na semana de 23 de março, quando ela foi até a 16ª DP e relatou essas e outras agressões ocorridas há quase uma década. Em cima da imagem, há a mensagem: “Vereador Jairinho que botou peito em mim”. De acordo com a mulher, ela conheceu Jairinho em 2010, na festa de comemoração pela eleição de seu pai, o policial militar e deputado estadual Jairo de Souza Santos, o Coronel Jairo (MDB), e logo depois eles teriam ficado noivos. Na ocasião, o vereador era oficialmente casado com a dentista Ana Carolina Ferreira Netto, mãe de dois de seus três filhos.
A ex-namorada contou que, em determinado momento, sua filha não mais queria ficar em sua companhia quando ela estava com Jairinho. A menina chorava e pedia para dormir com a avó materna. Ela disse ainda que em uma ocasião em que viajou com o parlamentar e a filha, ele lhe ofereceu remédios para dormir, tendo a moça colocado o comprimido embaixo do travesseiro.
Ao chegar na sala do apartamento, em Mangaratiba, disse ter encontrado o vereador segurando pelos braços a criança, que estava assustada. Ela relatou também um episódio em que, depois de uma discussão, decidiu voltar para a casa a pé. Inconformado, o vereador foi de carro atrás das duas, abriu a porta e mandou que entrassem. Diante da recusa, ele teria pegado a criança pela cintura e a colocado bruscamente no veículo.
Em uma petição enviada ao delegado Henrique Damasceno, na ocasião, o advogado André França Barreto, que representava Jairinho e sua namorada, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, alegou que a cabeleireira mentiu e o caluniou em depoimento por ser abandona por ele no altar.
No documento, consta que a moça chegou a tatuar o nome do vereador em seu braço. O término do relacionamento teria gerado uma situação “extremamente humilhante”, causando ódio e promessa de vingança. O advogado diz que, na ocasião da abertura da investigação pela morte de Henry, com o político estando “em evidência”, o “momento se mostrou oportuno” para ela “desferir mentiras”.
No início de abril, quando Jairinho e Monique criaram um site e um perfil no Instagram para, segundo o casal, “esclarecer a verdade” sobre as investigações do caso, quatro vídeos com supostas testemunhas do relacionamento do vereador com sua ex-namorada foram publicados. Com os rostos cobertos, eles rebatiam as acusações de agressões feitas por ela. Além de um homem que se diz amigo do parlamentar, três mulheres que trabalham com ele apresentam outra versão para o relato da cabeleireira. Eles dizem que a moça “se apaixonou” pelo vereador enquanto ele era casado e “perturbou” a sua vida e da sua ex-mulher.