As atitudes do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, passaram a desagradar seus colegas magistrados. Demais ministros avaliam que há 'campanha' de Humberto à vaga que será aberta em julho ao Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são da jornalista Carolina Brigido .
Um dos colegas de Martins, que prefere não se identificar, argumentou que o presidente "começou a rodar bolsinha e ficou ruim". A fonte revela, ainda, que Humberto estaria tentando agradar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) através de decisões judiciais.
"A caneta do presidente do STJ não tem visibilidade, mas faz muita coisa. Ele tem atendido o governo em questões de privatizações. Dizem no tribunal que ele está fazendo o que é necessário para poder agradar e se viabilizar", argumentou o mesmo ministro que solicitou anonimato.
No início deste ano, uma solicitação do Planalto foi atendida pelo presidente do STF. Na ocasião, fora requerido que a decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) que obrigava o governo a divulgar seus diretos de resposta nas redes sociais sobre uma postagem da Secretaria de Comunicação Social (Secom) fosse suspensa.
Questionada, a assessoria de Humberto salientou em nota que, "em primeiro lugar, não existe campanha para o Supremo Tribunal Federal. O ministro Humberto Martins é presidente do STJ e do CJF (Conselho da Justiça Federal) e desempenha suas atribuições na presidência com base na Constituição, nas leis e na jurisprudência".
A respeito das opiniões emitidas em anonimato por magistrados que compõem o Superior Tribunal de Justiça, Martins alega que "a sua eleição para o STJ e o CJF foi por aclamação dos demais ministros da Corte e a gestão tem sido participativa e agregadora, embasada em um plano de gestão elaborado em conjunto com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). A escolha para o STF é uma prerrogativa do presidente da República, segundo os parâmetros fixados na Constituição".