A prefeita de Turim, na Itália, Chiara Appendino, expoente do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), foi condenada nesta segunda-feira (21) a seis meses de prisão por falsidade ideológica.
A investigação havia sido aberta em 2017, após denúncia dos vereadores Alberto Morano e Stefano Lo Russo, de oposição, a respeito uma dívida de 5 milhões de euros contraída pelo antecessor de Appendino, Piero Fassino, do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.
Em 2012, a empresa Real Estate Asset Management (Ream) havia antecipado essa quantia à Prefeitura para ter direito de construir um centro comercial em uma antiga área industrial de Turim, capital do Piemonte e quarta cidade mais populosa da Itália.
A soma deveria ter sido restituída à Ream em 2017, mas não foi inserida no balanço municipal pela gestão Appendino. O ex-chefe de Gabinete da prefeita, Paolo Giordana, pegou oito meses de prisão, enquanto o secretário municipal de Orçamento, Sergio Ronaldo, foi condenado a seis meses. Ainda cabe recurso.
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Após a divulgação da sentença, Appendino disse que levará seu mandato de prefeita até o fim, em meados de 2021, mas anunciou sua autossuspensão do M5S, seguindo determinação do código de ética do partido.
"A tenuidade da condenação demonstra a irrelevância do fato. Vamos ler as motivações e apelaremos, confiantes de poder reverter a sentença", disse o advogado da prefeita, Luigi Chiappero.
Com 36 anos de idade, Appendino iniciou sua gestão em 30 de junho de 2016, após o Movimento 5 Estrelas ter conquistado seus maiores sucessos eleitorais até então, com as vitórias nos pleitos municipais em Roma e Turim.
O partido surgiu na década passada, na esteira do desencanto da população com a política tradicional, e governa a Itália desde junho de 2018, primeiro em aliança com a Liga, de extrema direita, e depois com o PD, de centro-esquerda.