Breno Jun, de 31 anos, está há mais de 100 dias internado na UTI e hoje corre contra o tempo para se manter vivo. Em maio deste ano, ele chegou ao hospital do Hospital Sírio-Libanês com um quadro grave que lembrava a Covid-19.


Não era. Hoje se sabe que a insuficiência respiratória severa, que comprometeu 60% do pulmão de Breno, é causada por uma miocardite viral aguda. Foi identificada a presença do vírus Coxsakie em seu coração. Para sobreviver, ele precisa de um aparelho, o HeartMate 3 (HM3), que custa R$ 800 mil.

Para piorar, o convênio de Breno se nega a obter o dispositivo. Amigos e familiares organizaram uma  Vakinha virtual para arrecadar o valor do aparelho. Além disso, um perfil no Instagram foi criado para compartilhar dados sobre o tratamento de Breno e outras formas de ajudar para que o coração dele continue a bater.

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Até o fechamento desta matéria, 65% da meta colocada na Vakinha já tinha sido atingida, mas ainda falta muito para que a vida de Breno, que faz aniversário neste domingo (19), seja garantida.

“Eu liguei para ele e falei que vou dar o aparelho de presente. Ele vai ganhar, eu prometi. O Breno não passou por tudo isso à toa, nós vamos conseguir esse dispositivo”, diz emocionada Ana Moraes, amiga pessoal de Breno.

Agravamento

A equipe médica responsável pelo tratamento de Breno inseriu um balão intra-aórtico (BIA), responsável por aumentar a oxigenação do coração do paciente. Infelizmente, não foi o suficiente e a junta médica optou pela instalação do suporte ECMO Venoarterial, um aparelho que funciona como pulmão e coração artificiais.

Apesar disso, desde o começo de julho as medicações já não surtem mais os efeitos necessários para o tratamento e a situação tem abalado o emocional do paciente. A família e os amigos relatam que Breno está entrando em um quadro depressivo, com vômitos constantes, soluções ininterruptos e perda de peso por não conseguir se alimentar bem. 

Quando o tratamento aplicado deixou de ser eficiente, médicos e familiares convenceram Breno a ir para o Instituto do Coração (Incor), onde ele poderia receber o melhor tratamento e o atendimento de profissionais qualificados da área.

Com a ajuda da Netshoes, empresa em que Breno trabalha, e da Luiza Helena Trajano, fundadora do Magazine Luiza, foi rápido conseguir uma vaga no hospital. Segundo Ana, a amiga de Breno, a empresa tem dado todo o apoio necessário, desde o começo do caso.

Por ser jovem e ter um bom porte físico, uma junta médica decidiu que o coração de Breno tem grande chance de se regenerar, mas para isso ele precisa do HM3. Trata-se de um coração artificial que emite impulsos para que o coração continue batendo e oferece sobrevida para ele até que um coração compatível apareça, ou o próprio coração de Breno se regenere.

O diagnóstico

No dia 2 de maio Breno deu entrada no Hospital Sírio-Libanês com febre, tosse e muita falta de ar, todos sintomas da Covid-19. No entanto, ele tinha em mãos um teste negativo para o novo coronavírus (Sars-Cov-2).

“O Breno sempre foi muito cuidadoso, nunca teve medo de médico, ele ligou no Sírio e pediu para que fosse atendido separado da ala de Covid-19”, explica Ana. Ele chegou em estado grave ao hospital e logo foi submetido a diversos exames. Breno foi levado para a UTI e entubado. 

Foram realizados outros 5 exames de Covid-19, outros vírus foram investigados, foram coletados e feitos exames de sangue, fizeram ressonâncias magnéticas, ecocardiogramas e uma biópsia. Por fim, o diagnóstico final foi a presença do vírus Coxsakie.

“Quando o médico explicou para ele o que havia acontecido, Breno ficou muito forte. Ele colaborou muito com o tratamento, aceitou bem o diagnóstico”, conta Ana. 

Briga com a NotreDame

Foram diversas as tentativas da família de Breno para conseguir que o convênio médico cobrisse as dívidas do tratamento, no entanto, a NotreDame Intermédica se recusa a pagar o aparelho que poderia salvar a vida do jovem. A família já entrou com processo e aguarda decisão da justiça.

A família informa que se ganhar na justiça o direito do plano pagar pelo aparelho, todo o valor arrecadado na vakinha será utilizado para quitar os demais tratamentos de Breno. O restante será doado para outros casos do site de financiamento coletivo.

A NotreDame foi procurada pela reportagem mas não retornou o contato até o fechamento desta matéria.

Quem é Breno Jun

Para a família e amigos, Breno sempre foi um exemplo de saúde e positividade. Um jovem extremamente dedicado no trabalho e na vida pessoal, que está sempre se empenhando para dar o melhor de si e agradar os demais.

Ele é formado em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e hoje é gerente de marketing do grupo Netshoes.


Print de página do site Vakinha com a página de arrecadação de Breno marcando 65% da meta atingida
Reprodução/Internet/Vakinha
Vakinha para Breno pretende arrecadar R$800.000,00 para novo coração




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